O grande vencedor do Festival de Gramado de 2013 foi o longa-metragem pernambucano Tatuagem, de Hilton Lacerda, que ganhou, entre outros prêmios, o Kikito de Melhor Filme. Na mesma noite, um pequeno filme paulista, recebido a pedradas pela maioria da crítica, ganhou os Kikitos de Melhor Direção e Fotografia.
Só agora, quase três anos depois dessa façanha, finalmente chega aos cinemas A Bruta Flor do Querer, o primeiro longa dos amigos Andradina Azevedo e Diego Andrade, também atores do filme, em cartaz a partir desta quinta-feira (7/4) no Cinema São Luiz.
"Sentimos preconceito por estar ali com um filme barato e sem conhecer ninguém", relembra Diego, que tinha 26 anos na época "Somos os diretores mais jovens a receber o Kikito da categoria, depois de Bruno Barreto, que ganhou o prêmio por Dona Flor e Seus Dois Maridos aos 22 anos, em 1977".
A demora no lançamento também se deu por um problema detectado durante a projeção em Gramado: a grande quantidade de canções de Gil, Caetano e outros medalhões da MPB na trilha sonora. "Tivemos sorte que Fernando Meirelles gostou do filme e topou distribuí-lo pela O2 Play. Recebemos R$ 100 mil. A metade foi para a liberação dos fonogramas", explica Diego.
Formado em artes cênicas e em cinema, Diego e o amigo Andradina se aventuraram em fazer A Bruta Flor do Querer com a experiência adquirida na feitura de três curtas-metragens. Dá para perceber que eles ainda não estavam prontos para um voo tão alto. É visível os problemas de roteiro e de direção do filme. Em compensação, sobra verdade na trajetória dos seus personagens.
Como na vida real, eles acabam de sair da faculdade e tentam fazer o primeiro longa. Além das dificuldades naturais, ainda enfrentam problemas pessoais com namoradas, desemprego e consumo excessivo de drogas.
Com a pós-produção realizada na O2, A Bruta Flor do Querer ganhou uma imagem bem melhor. Em Gramado, foi prejudicado por uma exibição digital sem nenhuma qualidade.