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Festival É Tudo Verdade volta ao Recife com o melhor do documentário

Na abertura, nesta sexta-feira (22/4), será exibido o longa Cícero Dias, o Compadre de Picasso

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 21/04/2016 às 5:12
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Na abertura, nesta sexta-feira (22/4), será exibido o longa Cícero Dias, o Compadre de Picasso - FOTO: Divulgação
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Desde 2011 sem aportar por aqui, o Festival É Tudo Verdade inicia nesta terça-feira (22/4) sua terceira programação itinerante realizada no Recife. Até a próxima terça-feira (26), oito títulos da 21ª edição do evento, que atualmente ocorre simultaneamente no Rio e São Paulo, vão ser exibidos no Cinema do Museu, com entrada gratuita. Os filmes foram escolhidos a dedo entre os 85 selecionados deste ano. Poder parecer que a relação entre a seleção do festival e o recorte recifense não seja muito significativo numericamente. No entanto, o cardápio se torna suculento em virtude de trazer os vencedores das Mostras Competitivas Internacional e Nacional, os longas Um Caso de Família e O Futebol, respectivamente.

Na abertura da itinerância, às 20h30, a sessão vai contar com a presença do jornalista Amir Labaki, idealizador do É Tudo Verdade, e do cineasta paraibano Vladimir Carvalho. Aos 81 anos, o cineasta nascido em Itabaiana vai mostrar seu mais recente trabalho, o documentário Cícero Dias, o Compadre de Picasso, que fez parte da Mostra Competitiva Nacional. “Ao contrário de outros filmes meus, este nasceu por acaso. Em 2005, eu estava em Paris para participar de uma mostra promovida pela Riofilme e vi numa revista que havia uma exposição de Cícero Dias. Durante uma folga, pedi a uma amiga para filmar a exposição e fui surpreendido com a presença de Raymonde, a viúva do pintor, e sua filha, Sylvia, a afilhada do pintor catalão Pablo Picasso”, conta Vladimir.

Mas só há dois anos é que Vladimir iniciou a produção do documentário sobre o pintor pernambucano Cícero Dias (1907-2003). Vladimir foi rever o material filmado e viu que ele estava intacto. Sem paciência para participar de editais, o documentarista retirou dinheiro de uma poupança e bancou a produção. “Não estou dizendo que outros cineastas devem fazer o que fiz, mas queria me sentir realmente independente, mas não totalmente sem ajuda, porque também tive o apoio de Daniella Hoover, a coprodutora do filme, e do Canal Brasil, que adquiriu os direitos para exibição e me ajudou a pagar as contas. Sou uma ilha rodeada de dívidas por todos os lados”, brinca o cineasta de Conterrâneos Velhos de Guerra. A produção obrigou Vladimir a viajar bastante. Ele disse que fez três viagens para Pernambuco, uma para Curitiba e outra para Paris; depois se instalou por alguns meses no Rio, onde finalizou o documentário.

Aqui no Recife, entrevistou o dramaturgo Ariano Suassuna, o artista plástico Francis Brennand, a poeta Tânia Carneiro Leão, o escritor Edson Nery da Fonseca e o jornalista Mario Hélio. No Rio, ainda entrevistou o crítico de arte mineiro Frederico Moraes e o marchand romeno Jean Boghici. “Ainda fui à Escada, onde Cícero Dias nasceu, para filmar o Engenho Jundiá, que agora não passa de ruínas”, lamenta o cineasta.

No sábado, às 20h30, será exibido O Futebol, o vencedor da Mostra Competitiva Nacional. Produzido durante a Copa do Mundo de 2014, o filme conta a reaproximação do cineasta Sergio Oksman, radicado na Espanha, com seu pai, Simão, que ele não via há 20 anos. Na infância, Sergio e o pai gostavam de assistir a jogos de futebol. No encontro, as conversas sobre futebol ajudam pai e filho a olharem para o passado e resolverem questões que ficaram sem repostas.

Um Caso de Família, do holandês Tom Fassaert, vencedor da Mostra Competitiva Internacional, será exibido no domingo, às 20h. O filme também trata de uma volta ao passado. O cineasta investiga a vida da avó, Marianne Hertz, que conheceu pouco e sempre foi um mistério para ele. Ao completar 30 anos, Tom foi convidado para visitá-la na África do Sul, uma oportunidade que ele vislumbrou para passar a limpo os vários mitos em torno da avó. Para o pai dele, Marianne era uma mulher fatal, devoradora de homens. No filme, a mulher conta para o neto a sua versão dos fatos.

PROGRAMAÇÃO

22/4 - Sexta-feira


20h30 - Competição Brasileira de Longas

Cícero Dias, o Compadre de Picasso, de Vladimir Carvalho (Brasil, 79min)



23/4 - Sábado


16h00 – Mostra Cinema Olympia

Os Campeões de Hitler, de Jean-Christophe Rosé (França, 102min)


18h00 - Competição Brasileira de Longas

Cícero Dias, o Compadre de Picasso, de Vladimir Carvalho (Brasil, 79min)


20h30 - Vencedor da Competição Brasileira de Longas

O Futebol, de Sergio Oksman (Brasil/Espanha, 70min)



24/4 - Domingo


16h – Mostra O Estado das Coisas

Atentados: As Faces do Terror, de Stéphane Bentura (França, 95min) 


18h -  Foco Latino

Gabo: A Criação de Gabriel Gárcia Márquez, de Justin Webster (Espanha, 90min)


20h - Vencedor da Competição Internacional de Longas

Um Caso de Família, de Tom Fassaert (Holanda/Bélgica/Dinamarca, 116min)

 

26/4 - Terça-feira


16h00 – Mostra Cinema Olympia

Os Campeões de Hitler, de Jean-Christophe Rosé (França, 102min)


18h00 - Competição Internacional de Longas

Nuts!, de Penny Lane (EUA, 79min)


20h30 – Mostra O Estado das Coisas

Lampião da Esquina, de Lívia Perez (Brasil, 82min)

 

Serviço:

De 22 a 26/4

Local: Cinema do Museu do Homem do Nordeste/Fundação Joaquim Nabuco

Av. Dezessete de Agosto, 2187 – Casa Forte

(166 lugares)

(81) 3073-6340

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