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Estrelas desfilam antes da abertura do Festival de Cannes

Um dos principais eventos do cinema mundial começou nesta quarta (11), com filme de Woody Allen

Da AFP Franck Iovene
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Da AFP
Franck Iovene
Publicado em 11/05/2016 às 16:30
Valery Hache/AFP
Um dos principais eventos do cinema mundial começou nesta quarta (11), com filme de Woody Allen - FOTO: Valery Hache/AFP
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Limusines, smokings e vestidos longos: o desfile de estrelas começou nesta quarta-feira no tapete vermelho antes do pontapé inicial do 69º Festival de Cannes.

De óculos escuros, smoking e salto baixo, a atriz americana Susan Sarandon foi uma das primeiras a subir os degraus do Palais des Festivals, à frente das ruivas Julianne Moore e Jessica Chastain, ou ainda de Eva Longoria e Victoria Beckham.

Outra ruiva, a atriz francesa Sabine Azéma, de vestido vermelho, acompanhou sua compatriota, Emmanuelle Devos, no azul escuro. O astro pop e ator Justin Timberlake distribuiu selfies e autógrafos com a multidão na Croisette.

O júri posou para os fotógrafos, com seu presidente, o australiano George Miller, usando seus tradicionais óculos redondos e gravata borboleta branca. Todos foram recebidos pelo presidente do festival, Pierre Lescure, e o delegado geral, Thierry Fremaux.

"Por enquanto nos amamos", declarou a atriz e diretora italiana Valeria Golino, membro do júri ao lado de Arnaud Desplechin, Kirsten Dunst, Mads Mikkelsen, Laszlo Nemes, Vanessa Paradis, Donald Sutherland e da produtora iraniana Katayoun Shahabi, que portava um lenço roxo. "É fantástico, é um júri incrível, muito rock and roll", declarou o ator dinamarquês.

Depois deles, foi o elenco de "Café Society", o filme de Woody Allen exibido na abertura do Festival hoje à noite, que apareceu sob os flashes.

Heroína do filme, Kristen Stewart, vestida de negro, chamou Woody Allen de "lenda viva".

Financiado pelo gigante do varejo on-line Amazon, "Café Society" mergulha na história de um caso de amor entre Hollywood e Nova York na década de 30. O filme, que pertence à veia "romântica" do cineasta, foi bem acolhido pelas primeiras críticas.

"Eu sempre me vi como um romântico, mas isso nem sempre é uma opinião partilhada pelas mulheres da minha vida", brincou Woody Allen que, aos 80 anos, afirmou estar "cheio de juventude" e feliz em retornar ao sul da França e reencontrar "o público entusiasta" de Cannes.

Esta é a terceira vez que um filme de Woody Allen, de 80 anos, abre o Festival de Cannes, depois de "Dirigindo no Escuro" em 2002 e "Meia-Noite em Paris" em 2011.

Depois de Allen, Clooney
Durante doze dias, dezenas de estrelas são esperadas nos famosos degraus do festival, sob forte esquema de segurança após os ataques de Paris e Bruxelas. Entre os famosos, estão Léa Seydoux, passando por Juliette Binoche, Marion Cotillard, Russell Crowe ou Charlize Theron.

George Clooney estará na Croisette na quinta-feira, ao lado de Julia Roberts, para "Monster Money", o filme de Jody Foster, atriz e diretora que conquistou a Croisette há 40 anos com "Taxi Driver".

A edição de 2016 marca o retorno do Brasil à disputa da Palma de Ouro, com o filme "Aquarius", segundo longa-metragem do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, ex-crítico de cinema. O filme tem como protagonista a atriz Sonia Braga, no papel de uma aposentada que resiste às mudanças a seu redor.

Alguns diretores já ganharam o Oscar e ambicionam a Palma de Ouro, como o iraniano Asghar Farhadi ("A Separação"), que apresenta "The Salesman", a história de dois atores cuja relação passa por problemas durante a interpretação da peça "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller.

Outros já venceram a Palma de Ouro duas vezes, caso dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne, que sonham com a terceira vitória com "La fille inconnue", a história de uma jovem médica que tem de lidar com a culpa.

O sentimento de culpa também é o protagonista invisível - a mãe que pensa no que deixou de fazer pela filha - de "Julieta", de Pedro Almodóvar, quinta tentativa do espanhol de vencer a Palma de Ouro, apesar de o diretor afirmar que pode viver sem a mesma.

O mais assíduo pretendente - 10 tentativas - é o americano Jim Jarmusch, considerado um filho do festival, que o viu conquistar a fama em 1984 com o prêmio Camera D'Or por "Estranhos no Paraíso". Dessa vez, ele apresenta "Paterson", com Adam Driver no papel de um motorista de ônibus poeta.

A Palma de Ouro será definida por um júri presidido pelo australiano George Miller e integrado por outros quatro homens e quatro mulheres.

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