CRÍTICA

A invasão alienígena déjà vu de Independence Day - O Ressurgimento

O novo filme catástrofe estreia nesta quinta-feira (23/6)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 22/06/2016 às 5:47
Twentieth Century Film Corporation/Divulgação
O novo filme catástrofe estreia nesta quinta-feira (23/6) - FOTO: Twentieth Century Film Corporation/Divulgação
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Em 1996, quando a ficção científica Independence Day estreou nos cinemas, o mundo ainda era um lugar tranquilo. As maiores ameaças da humanidade só eram vistas no cinema. Tudo mundo achou graça quando alienígenas invadiram o planeta e destruíram monumentos icônicos ao redor do mundo – nos Estados Unidos, a Casa Branca foi reduzida a pedacinhos de concreto.

Agora, 20 anos depois, o diretor alemão Roland Emmerich reúne alguns atores do primeiro filme para contar mais uma história de invasão à Terra, novamente ameaçada pelos aliens, em Independence Day – O Ressurgimento, que entra em cartaz nesta quinta-feira (23/6) no Brasil e em vários países. Nos Estados Unidos e na China – o atual o braço direito de Hollywood –, a estreia é na sexta-feira.

Como acontece com as continuações extemporâneas dos blockbusters americanos, os novos filmes são praticamente cópias pioradas dos originais. Talvez para as novas gerações de adolescentes, que não viram o filme anterior, Independence Day: O Ressurgimento traga alguma novidade. Para quem assistiu ao primeiro, porém, a sensação é de total déjà vu. Até mesmo os efeitos especiais – totalmente digitais, sem uso de maquetes – não provocam tanto impacto, como aquela primeira cena da gigantesca nave entrando em quadro, no filme de 1996.

A nave da nova invasão é tão gigantesca que sua dimensão perde o significado na tela. Esse problema de escala, onde tudo é excessivo, e a falta de um herói, como o capitão Steven Hiller (Will Smith), obrigaram Roland Emmerich e seu time de roteiristas - cinco ao todo – a esfarelar a trama a partir de uma multidão de personagens. São tantos e com problemas tão sem importância que o espectador não tem o menor interesse neles.

Embora o filme se passe nos dias atuais, trata-se de um universo paralelo. Graças ao que estudaram da tecnologia dos aliens, os Estados Unidos aumentaram a vigilância no espaço: militarizaram até a Lua, como o projeto Guerra nas Estrelas, de Ronald Reagan. Na África, onde a pobreza impera, um país sem nome foi mais além: ao mesmo tempo que extinguiu os invasores, aprendeu os rudimentos de sua linguagem.

Entre as novidades do enredo, a mais interessante é que os Estados Unidos têm uma presidente: no dia em que comemora 20 anos de paz, a presidente Lanford (Sela Ward) e o seu ministério da defesa recebem informações de que as antigas naves alienígenas foram reativadas. E de um buraco negro acima da lua, surge uma nave que, apesar da advertência do cientista David Levinson (Jeff Goldblum), é sumariamente abatida pelo exército. Sim, a China é aliada dos Estados Unidos, inclusive com militares na mesma força.

O ex-presidente Whitmore (Bill Pullman), recluso e atormentado por sonhos premonitórios, também se engaja no luta. O Dr. Okun (Brent Spiner), que estava em coma há 20 anos, acorda para enfrentar os inimigos. Dos novos personagens, o mais destacado é Jake (Liam Hemsworth), um capitão da guarda lunar, namorado de Patricia (Maika Monroe), a filha do ex-presidente Whitmore), e amigo de Dylan (Jessie T. Usher), filho do capitão Steven Hiller.

Pontuado por diálogos risíveis e um humor duvidoso, o filme é fruto de uma fórmula cansada e repetida à exaustão. Obviamente, ele não tem um fim, pois a última cena é um gancho para uma continuação, que já foi anunciada. Como os chineses tão salvando Hollywood, é quase certo que daqui há dois anos estaremos vendo Independence Day 3.

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