O longa-metragem pernambucano Martírio, de Vincent Carelli, Tita e Ernesto Carvalho ganhou o prêmio de Melhor Filme da nona edição do Janela Internacional de Cinema do Recife. A cerimônia de premiação aconteceu na tarde deste domingo (6/11), no terraço do Recife Plaza Hotel, na Rua da Aurora, bem ao lado do Cinema São Luiz. A vista privilegiada do terraço encantou os cineastas, produtores e técnicos - de várias partes do Brasil e do exterior -, que pela primeira viram o centro do Recife daquela posição. Do lugar, dá para ver o centro do Recife a partir da Av. da Ponte Duarte Coelho e da Av. Guararapes, os bairros de Santo Antônio e São José, além do Porto do Recife e o estuário do Pina.
O júri formado pelo ator Irandhir Santos, Fabienne Morris (produtora e curadora) e Paulo de Carvalho (diretor artístico do Festival Cinelatino na Alemanha) justificaram o prêmio a Martírio "por sua habilidade em reconstruir a história de um país que evita uma parte da sua própria história e que tem abusado de uma minoria desde muito tempo, após 25 anos de acúmulo de um material valioso de arquivo dos indígenas Guarani-Kaiowá, é importante para nós reconhecer a perpetuação da resistência e clamar, nos dias de hoje, por desobediência”. Além do prêmio da Mostra Competitiva, Martírio ainda dividiu a categoria Melhor Imagem com o longa O Auge do Humano, de Eduardo Williams.
O cineasta e indigenista Vincent Carelli acompanha a luta pela terra dos índios Guarani Kaiová desde 1988. Em 1999 ele voltou a segui-los em vários pontos do Mato Grosso do Sul. Há dois, ele juntou a Ernesto de Carvalho - diretor de Fotografia - Tita - corroteirista e montador - para fazer um grande painel de todos os sofrimentos do índios, que lutam pela devolução das terras ha mais de quatro décadas. Recentemente, Martírio ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular da 40ª Mostra de Cinema de são Paulo.
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS:
Melhor Longa: Martírio (Brasil), de Vincent Carelli
Melhor Montagem: O Auge do Humano (Argentina/Portugal/Brasil), de Eduardo Williams
Melhor Som: O Ornitólogo (Portugal/França/Brasil), de João Pedro Rodrigues
Melhor Imagem: prêmio dividido entre O Auge do Humano (Argentina/Portugal/Brasil), de Eduardo Williams, e Martírio (Brasil), de Vincent Carelli
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTA-METRAGEM INTERNACIONAL:
Melhor curta internacional: Cilaos (Colômbia), de Camilo Restrepo
Melhor Imagem: Yolo (África do Sul/EUA), de Ben Russell
Melhor Som: Manodopera (Grécia), de Loukianos Moshonas
Melhor Montagem: Scales in the Spectrum of Space (EUA), de Fern Silva
Menção especial: The Beast (África do Sul/França), de Michael Wahrmann e Samantha Nell
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTA-METRAGEM NACIONAL:
Melhor curta nacional: Estado Itinerante (MG), de Ana Carolina Soares
Melhor imagem: Na Missão, com Kadu (PE/MG), de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito
Melhor montagem: Se por Acaso (RJ), de Pedro Freire
Melhor Som: Quando os dias eram eternos (SP), de Marcus Vinicius Vasconcelos
Menção Honrosa/Especial do Júri: A Moça Que Dançou com o Diabo (SP), de João Paulo Miranda
PRÊMIO JANELA CRÍTICA:
Melhor curta nacional: Estado Itinerante (MG), de Ana Carolina Soares
Melhor curta internacional: The Beast (África do Sul/França), de Michael Wahrmann e Samantha Nell
Melhor Longa: O Ornitólogo (Portugal/França/Brasil), de João Pedro Rodrigues
PRÊMIO ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco - ABD/PE):
Estado Itinerante (MG), de Ana Carolina Soares
PRÊMIO OFERECIDO PELO PORTOMÍDIA (120h de estúdio para finalização de imagem e/ou som concedido para o melhor filme pernambucano do festival):
O Porteiro do Dia (PE), de Fábio Leal
PRÊMIO FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes)
Curta Na Missão, com Kadu (PE/MG), de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito
PRÊMIO JOÃO SAMPAIO PARA FILMES FINÍSSIMOS QUE CELEBRAM A VIDA
O Cinema, Manoel de Oliveira e eu (Portugal), de João Botelho