Drama

Pequeno Segredo traz a lição de vida de Kat

Selecionado para representar o Brasil na disputa de indicação do Oscar, Pequeno Segredo entra nesta quinta-feira (10) em cartaz

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 08/11/2016 às 21:52
Foto: Diamond Films/Divulgação
Selecionado para representar o Brasil na disputa de indicação do Oscar, Pequeno Segredo entra nesta quinta-feira (10) em cartaz - FOTO: Foto: Diamond Films/Divulgação
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Uma abertura melancólica, poética, na imensidão do mar, convida o público aos cinemas para conferir uma história – baseada em fatos reais – de três mulheres de gerações diferentes que enfrentam, sobretudo, um drama familiar. Adoção, a luta pela vida, o cultivar do afeto e uma polêmica pós-filme constroem a atmosfera do longa brasileiro Pequeno Segredo, do catarinense David Schurmann, que chega às telonas a partir desta quinta-feira (10).

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A estrutura narrativa apresenta os três núcleos onde a história se passa: Florianópolis, Belém do Pará e Nova Zelândia. A região do Sul do Brasil é o lar do casal Vilfredo (Marcello Antony) e Heloísa Schurmann (Júlia Lemmertz). No Norte do País, há o desabrochar do romance da amazonense Jeanne (Maria Flor) com o “gringo” Robert (Erroll Shand), que conduz o terceiro arco para o outro lado do oceano, quando conhecemos sua mãe, a temperamental Barbara (Fionnula Flanagan). O fio condutor que une estas três pontas é a vida da jovem Kat, interpretada pela pequena estreante Mariana Goulart, que conseguiu imprimir uma boa atuação para uma personagem de vida tão complexa.

O ritmo um pouco lento do roteiro assinado por Marcos Bernstein, Vitor Atherino e o próprio David Schurmann se justifica por um mero (grande) detalhe: Pequeno Segredo é, antes de tudo, um filme de família. David é filho de Heloísa e Vilfredo, e este último também assina a produção do longa. Em contrapartida, a fotografia do renomado Inti Biones e os efeitos visuais de Marcelo Siqueira cooperam para uma boa estética do obra.

A vida de Kat é cercada por grandes dramas, alguns ocultos para ela mesma, o que envolve o espectador: o fato de ser adotada, de ser portadora de uma doença grave como o vírus HIV, e ainda, como ter uma vida normal de pré-adolescente apesar de tudo. Junto a isso, as boas atuações de Júlia Lemmertz, com uma Heloísa superprotetora, mas não menos determinada; da irlandesa Fionulla Flanagan – que é tão inconveniente quanto convincente – e Maria Flor, que fez um bom trabalho como Jeanne, faz com que as mulheres tomem conta da trama de maneira consistente, algo feito de forma intencional, e bem executado por David.

CONCORRÊNCIA

Com todo o fator emoção que um enredo como este promete, Pequeno Segredo entrega o que se propõe a fazer dentro do gênero drama. Mas ao considerar o todo para ser escolhido a representar o Brasil na briga por uma indicação a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2017 – surgindo, inclusive como ‘azarão’, frente ao favorito Aquarius, do pernambucano Kleber Mendonça Filho – o longa surge como mais um na multidão, sem nada de excepcional que o possa destacar frente a uma forte concorrência internacional.

 

 

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