CINEMA

Guardiões da Galáxia Vol. 2 promete ser melhor que o primeiro filme

Longa produzido pela Marvel Studios tem pré-estreia à meia noite e entra em cartaz nesta quinta-feira (27/4)

LUIZ CARLOS MERTEN
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LUIZ CARLOS MERTEN
Publicado em 26/04/2017 às 5:00
Marvel Studios/Divulgação
Longa produzido pela Marvel Studios tem pré-estreia à meia noite e entra em cartaz nesta quinta-feira (27/4) - FOTO: Marvel Studios/Divulgação
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A pergunta que não quer calar: é possível se emocionar, a ponto de chorar, com um filme de super-herói? Nos últimos anos, diretores/autores como Christopher Nolan e Zack Snyder elevaram o filme de super-herói – Batman, Superman – a um patamar, digamos, trágico, rico em significados mitológicos. O diretor James Gunn vai por essa tendência autoral, mas com preocupações próprias, em Guardiões da Galáxia Vol. 2. Volume 1 já era bom. O 2 é melhor. Foi o que prometeu o próprio diretor, em dezembro, quando esteve em São Paulo na Comic-con Experience. Gunn não deixou por menos. “Se você gostou do primeiro, vai gostar muito mais do segundo.” E acrescentou uma informação que, na época, ficou um tanto vaga, mas que agora faz todo sentido. “Os personagens estão todos mais trabalhados. Você vai ver que cada um tem uma história, um peso, uma motivação.”

Guardiões Vol. 2 estreia nesta quinta, 27, em salas de todo o Brasil. O primeiro foi aquele êxito planetário, atingindo, rapidamente, a marca antes impossível do bilhão de dólares. Entre um e outro, o ator Chris Pratt estrelou Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros, que também faturou mais de US$ 1 bilhão. Chris Pratt, com dois filmes, o homem de US$ 2 bilhões? Aonde o levará o 3? US$ 3 bilhões? Para James Gunn, Pratt é um caso, e raro. “Ele tem o charme e o carisma dos astros de antigamente. É viril sem ser agressivo. Possui um recato natural, que imprime na tela, diante das mulheres. E Chris veste com propriedade a sua roupa/uniforme espacial.” No seu painel na CCXP, Gunn já havia dito que era certamente “menos assustador participar do evento com um personagens que o público já ama”. Como Gustave Flaubert – “Madame Bovary sou eu” –, o cineasta disse: “Rocket, o guaxinim, sou eu. Identifico-me com ele. É um outsider. E Guardiões é sobre excluídos”.

MICHAEL ROOKER

O princípio dramático fundamenta-se sobre a inversão. Temos o pai, e o padrasto. Onde está o amor? O de Quill (Pratt) por Gamora (Zoe Saldana) não ousa dizer seu nome. Ele tenta – “Eu sei que você sente o mesmo que eu sinto” –, mas as palavras não são ditas. Serão no Volume 3, que Gunn também vai dirigir? Ao encontrar o pai, antes de tudo o que vai acontecer, Quill diz que é bom pertencer a uma família. E Gamora, com alguma decepção, diz – “Pensei que nós éramos sua família.” Nós – Rocket, Groot, Drax e ela. Como informou o diretor, as relações estão muito mais sólidas. E há o aporte de atores como Kurt Russell e Sylvester Stallone. Propositalmente, Gunn não mostrou imagens de Michael Rooker como Yondu Udonta na Comic-Con. É o personagem pivotal de Vol. 2 – e um marco na carreira do eterno coadjuvante. Rooker só foi protagonista de um filme, que, por sinal, reforçou sua imagem de violento e durão – Henry, Retrato de Um Assassino. O que há de mais intenso na emoção do filme flui através dele. Seu diálogo com Rocket, quando os dois se identificam como outsiders, sintetiza o que James Gunn disse na CCXP.

OSCAR 

Os que defendem o cinema como arte “realista” – um guaxinim falante! – talvez tenham dificuldade para entrar no clima, mas na era dos efeitos, e dos robôs que executam funções e dos hologramas, não há por que sentir estranhamento diante de Rocket, ou de Baby Groot, o graveto humanoide.  Groot e Drax representam o humor no filme. A propósito, Gunn provocou na CCXP: “Se Dave Batista (o Drax) não ganhar o próximo Oscar saberei que há algo muito errado no mundo, e não estou fazendo piada.” A garotada, predominante na plateia, adorou. O diretor foi muito aplaudido.  Uma grande parte do 1 era sobre a ligação de Quill com a mãe que morreu. O 2 é sobre o pai (Ego). “Quando fiz o primeiro filme, sabia que estava lidando com personagens de grande empatia, por isso o sucesso não foi surpresa para mim. Era uma questão de acertar o tom”, sentencia o diretor.

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