Terror

'Sobrenatural: A Última Chave': a maldade dos homens ante os espíritos

O quarto filme da franquia 'Sobrenatural' convoca o passado da médium Elise Rainer (Lin Shaye), agora protagonista, e sua convivência com um pai abusivo.

JC Online
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Publicado em 18/01/2018 às 10:09
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O quarto filme da franquia 'Sobrenatural' convoca o passado da médium Elise Rainer (Lin Shaye), agora protagonista, e sua convivência com um pai abusivo. - FOTO: Foto: Divulgação
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Sobrenatural: A Última Chave, o quarto capítulo da franquia de terror, chega hoje aos cinemas brasileiros como o segundo a explorar o passado da médium Elise Rainer (Lin Shaye), que era coadjuvante nos dois primeiros longas. Sendo uma prequela do filme original, Sobrenatural 4 se situa logo após o fim do predecessor, quando Elise funda sua companhia "caça-fantasmas", a Avistamentos Espectrais, para investigar fenômenos paranormais ao lado dos seus assistentes pouco convencionais Specs (Leigh Whannell) e Tucker (Angus Sampson).

Em A Última Chave, viajamos para o passado de Elise, mais especificamente para 1953, quando ela ainda era uma criança (interpretada por Ava Kolker), mas já dotada de poderes psíquicos. A garota, que vivia na cidade de Five Keys, no Novo México, com os pais e o irmão mais novo, conversava com as almas dos criminosos executados na penitenciária próxima à sua casa. Seu pai, Gerald (Josh Stewart), era o guarda que torturava esses prisioneiros e acabava levando violência para dentro de casa, sobretudo porque não aceitava o dom da filha, castigando-a por isso.

Numa dessas punições, a garota é jogada e aprisionada no abrigo antinuclear da casa, situado no porão. Lá, ela tem uma de seus "avistamentos" e se depara com a já tradicional porta vermelha metafísica. Por trás dela, está o monstro das chaves, criatura de longos e finos dedos em forma de chave que mais parece ter saído de um filme de Guillermo del Toro.

Ao que tudo indica, Elise foi a responsável por abrir a porteira para os espíritos deixarem o Além - o que significa que ela causou os problemas para os quais é chamada para resolver no futuro (dos primeiros filmes). Em meio a esse episódio, sua mãe, Audrey (Tessa Ferrer), é morta. Sem ninguém mais para lhe proteger, a garota acaba sendo cada vez mais o alvo das agressões físicas e psicológicas do pai.

Após a tragédia familiar, o filme corta para o ano de 2010, para o ponto no qual o terceiro capítulo parou, na Califórnia. Nesse momento voltamos a ver a Elise que conhecemos: pronta para mais uma investigação. O que a médium não esperava é que seu próximo caso seria na casa onde ela cresceu e tanto sofreu, agora habitada pelo atormentado Ted Garza (Kirk Acevedo).

De volta para o Novo México, de onde havia fugido ainda na adolescência e deixado seu irmão para trás, Elise é tomada pelas más lembranças. Todavia, enquanto tenta desvendar o caso, acaba reencontrando seu irmão, Christian (Bruce Davison), agora pai de duas mulheres, Melissa (Spencer Locke) e Imogen (Caitlin Gerard) - esta última também detentora de poderes psíquicos.

TERROR, DRAMA OU COMÉDIA?

Apesar do filme ser essencialmente de terror, com direito aos tradicionais truques de jump scare (abruptas aparições de criaturas, geralmente acompanhadas de um acorde alto), Sobrenatural 4 tem muitas características de drama familiar e um quê de comédia, tom que predomina nas cenas que envolvem os excêntricos nerds paqueradores Specs e Tucker. Essa mistura de gêneros acaba sobrepondo um pouco o quesito do medo, mas é inegável que a química do trio caça-fantasmas funciona muito bem.

Dirigido pelo estreante na franquia Adam Robitel (A Possessão de Deborah Logan), o filme é interessante por levar os fãs a conhecer a trajetória de Elise, mas não vai muito além sobretudo por contar com alguns sustos previsíveis. O que até então não havia sido visto, e é um ótimo adendo, fica por conta do plot twist, em que alguns dos espíritos na verdade são pessoas, mulheres mantidas em cativeiro por homens de mau caráter. Não é à toa que a protagonista dispara: "Alguns demônios estão vivos e são piores do que os espíritos que tememos", levantando questões que envolvem abusos, sentimento de posse e machismo.

BILHETERIAS

Em seu fim de semana de lançamento nos Estados Unidos, onde está em cartaz desde o dia 5 de janeiro, Sobrenatural: A Última Chave, da Sony Pictures, levou 29,3 milhões de dólares em 3.116 salas. O que corrobora para o fato de a franquia ser considerada uma das mais bem-sucedidas da atualidade, ainda que não seja tão lucrativa como Jogos Mortais e Invocação do Mal.

O título do filme dá a entender que esse pode ser o capítulo final da franquia. O que pode ou não se concretizar. O script é de Leigh Whannell (o intérprete de Specs), que roteirizou os dois primeiros longas e dirigiu o terceiro. Já a produção de Oren Peli (Atividade Paranormal) fica muito clara nos momentos em que as caçadas estão sendo filmadas por um aparato chamado de "trailer-fantasma", no qual as imagens ganham o formato de um pseudodocumentário em tons azulados, assim como nos filmes de sua franquia mais famosa.

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