Ícone do mainstream e da contracultura ao mesmo tempo, Mickey Mouse é um símbolo dos Estados Unidos hoje tanto quanto a bandeira americana ou a torta de maçã. A maior celebridade do mundo chega neste domingo (18) aos 90 anos por ser um personagem que se adaptou às mudanças do mundo.
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Criado no início para ser um anti-herói, o camundongo cativou várias gerações mundo afora. Em entrevista recente ao programa Arquivo N, do canal fechado GloboNews, o dublador brasileiro do personagem, Guilherme Briggs, falou da alegria de ser a voz em português do ratinho: “Acho que até hoje não caiu a ficha que eu faço a voz do Mickey. Porque é um personagem tão icônico, tão querido, tão presente em várias mídias, que parece que ele está presente, que existe mesmo. E ele existe. Espiritualmente, ele existe sim”.
O personagem nonagenário e seu criador, Walt Disney, passaram por momentos icônicos da história norte-americana, como a quebra da Bolsa de Valores de Nova York – um ano após o seu nascimento em 1929 – e até foi porta-voz de várias propagandas em prol das forças armadas dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945.
FRACASSOS E GLÓRIAS
No meio deste momento histórico, Mickey Mouse ainda foi protagonista de Fantasia (1940), o segundo longa animado e colorido da Walt Disney, onde o camundongo foi eternizado como um preguiçoso aprendiz de feiticeiro. Este capítulo de sua vida teria sido célebre se o desenho não tivesse sido um fiasco de arrecadação e crítica devido ao formato inédito na época em que as animações interpretavam as músicas tocadas por uma orquestra. Para o público da época, Fantasia foi considerado um filme “muito cabeça”, e afugentou ainda mais as pessoas.
De um quase vilão inconsequente, a medida que as técnicas de animação se aprimoravam, a personalidade de Mickey Mouse foi modificada para um pacato pai de família, com filhos, deixando de ser engraçado. Sua comicidade passou a se concentrar no cãozinho Pluto ou em algum outro personagem da turma. Mas o Mickey bonzinho não empolgou. Entretanto, ele saiu de cartaz para virar o principal rosto da Walt Disney, uma marca, presente em várias mídias até os dias atuais.