Documentário

Sebastião Biano ganha filme que sempre mereceu

'Pipoca Moderna', dirigido por Helder Lopes, estreou na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e desembarca em Pernambuco nesta quinta (20)

João Rêgo
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João Rêgo
Publicado em 17/06/2019 às 13:10
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'Pipoca Moderna', dirigido por Helder Lopes, estreou na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e desembarca em Pernambuco nesta quinta (20) - FOTO: Divulgação
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A obra e a vida do mestre pifeiro Sebastião Biano, fundador da lendária Banda de Pífanos de Caruaru, tomou as telas da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. O filme Pipoca Moderna, do cineasta Helder Lopes, foi exibido pela primeira vez neste domingo (16) na programação do In-Edit Brasil, festival internacional de documentários sobre música. Após a sessão, Sebastião ainda fará uma apresentação junto à atual formação da banda.

Road-movie musical, o documentário acompanha a volta do músico – que vive em São Paulo desde os anos 70 – a Caruaru, cidade onde se projetou como grande influenciador da Tropicália e um dos principais ícones da cultura popular. Na viagem, Sebastião revê familiares, participa de eventos públicos, além de realizar alguns espetáculos. Em um deles, inclusive, junta-se a uma banda de jazz, onde improvisa livremente algumas de suas composições.

A ideia do longa, conta Helder Lopes, surgiu durante as gravações do seu filme anterior, Onildo Almeida – Groove Man. “Quando estávamos entrevistando o Gilberto Gil, ele cantou essa pedra. Disse que também dava para fazer um doc legal sobre a Banda de Pífanos de Caruaru”.

“A partir daí, eu comecei a pesquisar sobre eles e, no final de 2017, a gente soube que Sebastião, o único remanescente da formação original, viria a Pernambuco. Não tínhamos finalizado ainda o Groove Man, mas mesmo assim partimos, sem roteiro ou algo escrito, para acompanhá-lo na viagem” conta o cineasta, que também gravou com o artista em 2018 – agora com ideias já pré-estabelecidas.

Toda essa urgência dialogava com o desejo de homenagear o centenário de Sebastião, que completa 100 anos no próximo dia 23 de junho. “Queríamos que ele usufruísse do filme, conseguisse ver sua história contada na tela. Por isso fomos no embalo, sem incentivo público e de forma independente”.

O resultado foi uma jornada contemplativa pela obra do mestre pifeiro. “Além da importância na cultura popular, ele é, sobretudo, um ícone da cultura pop. Desde sempre rompeu com um certo regionalismo de ‘porque é pifano, porque é de Caruaru’ isso está restrito a algo. E esse recado está presente, principalmente, na sua obra. Até por isso o condutor do filme é a música, que, por sinal, aparece mais do que os diálogos”. 

O título do longa também segue nesse mesmo caminho . Pipoca Moderna é o nome da famosa composição de Sebastião, em parceria com Caetano Veloso e Gilberto Gil. “Esse nome carrega o paradoxo que a gente quer evidenciar no filme. A pipoca, como esse elemento rústico, ao lado dessa ideia de modernidade. É como na canção que traz esse impacto e a mistura desses dois elementos”.

VOLTA ÀS RAÍZES

Na próxima quinta-feira (20), a produção desembarca em Caruaru – onde Sebastião é um dos homenageados do São João 2019. O filme será exibido no Polo do Repente, às 19h, com entrada gratuita. Após a sessão, o artista se junta a Banda de Pífanos de Caruaru para apresentação. 

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