CINEMA

Jack mostra na Berlinale o despreparo dos jovens para formar uma família

Longa alemão concorre ao Urso de Ouro

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Publicado em 07/02/2014 às 16:03
Joachim Gern/Divulgação
Longa alemão concorre ao Urso de Ouro - FOTO: Joachim Gern/Divulgação
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Jack, do diretor alemão Edward Berger, apresentado nesta sexta-feira (07/02) na competição pelo Urso de Ouro do Festival de Berlim, explora, através de um menino de 10 anos e seu irmão mais novo, o despreparo de muitos jovens alemães para formar e criar uma família.

Os horários de trabalho confusos de Sanna (Luise Heyer), a mãe, fazem com que ela não tenha muito tempo para seus filhos, que são obrigados a cuidar um do outro. Eles acabam se perdendo da mãe e são obrigados a sobreviver sozinhos pelas ruas de Berlim.

Segundo Berger, ele quis mostrar a maturidade do pequeno Jack em relação à atitude descuidada de sua mãe.

"Não queríamos cair no clichê de uma mãe que se droga e abandona os filhos. Ela é normal, tem profissão, vive em um bairro normal, não em um bairro pobre... O que quisemos mostrar é sua incompetência social, sua incapacidade de chefiar uma família", explicou Berger.

Perguntado por um jornalista se havia lido um livro muito polêmico no país - A Alemanha maltrata suas crianças? -, o diretor afirmou que esse é um tema muito presente na atualidade alemã.

"Queríamos mostrar a incompetência social dessa jovem mãe, algo que é muito comum. Existem muitas crianças abandonadas. É parte da realidade. Isso pode ocorrer em qualquer cidade", explicou.

A roteirista do filme, Nelle Mueller-Stofen, destacou ainda que, "apesar de amar os filhos, a mãe é muito jovem, e não assume suas responsabilidades. Não queríamos estigmatizar a mãe", concluiu.

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