RIO DE JANEIRO – Não é a cerimônia do Oscar, tampouco a do Emmy. Poderia ser o Troféu Imprensa, no SBT, mas é o Melhores do Ano – que há 22 edições premia, dentro do Domingão do Faustão, os artistas que se destacaram no universo da TV Globo – que movimenta o meio do entretenimento. No último domingo, Fausto Silva reuniu nos Estúdios Globo os atores, atrizes, jornalistas e cantores mais comentados no Brasil em 2017.
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O Jornal do Commercio teve acesso à Sala de Imprensa da premiação, onde mantivemos contato com os vencedores. Assim que saíam do palco com a estatueta, o artista dava entrevistas para os veículos da casa e, logo após, ao batalhão de jornalistas que aguardavam em um lounge ao lado onde estavam concentrados todos os indicados. Em momentos rápidos, não mais que 5 a 10 minutos, a celebridade posava para fotos, respondia perguntas e, se desse sorte, alguns segundos de “exclusividade” com um ou outro meio de comunicação.
O primeiro a chegar foi o ator mirim João Bravo. O simpático garoto de oito anos não continha a emoção de ganhar o Troféu Domingão. Afinal, muitos se comoveram com o frágil Dedé, o filho da Bibi Perigosa (Juliana Paes), em A Força do Querer. “Esse prêmio aqui não é só meu. É também para a Juliana, o Emílio (Dantas), a Elizângela e a Mari Lins”, disse o rapazinho, controlando as lágrimas para os jornalistas, ainda com sorriso no rosto. Ao perguntar como é a sua rotina de "famoso" na escola, o menino entrega: "Não pode levar telefone na escola, então meus colegas pedem autógrafo", provocando risos dos jornalistas.
Em seguida, chega Sandra Annenberg. Premiada como Melhor Jornalista, a âncora do Jornal Hoje esbanjou sorrisos para os colegas de profissão, que se aglomeravam em volta dela para fazer perguntas. Atenciosa, chegou a parar de responder uma questão quando uma repórter deixou cair seu celular enquanto gravava seu depoimento. Comentou que seu programa semanal Como Será? era a sua paixão e o seu "oásis no meio de tantas notícias difíceis". Também comentou que está prestes a completar 50 anos e deseja continuar trabalhando por muito tempo. Houve espaço para que ela falasse de Evaristo Costa, a quem só teceu elogios, e ressaltou o ótimo entrosamento com Dony De Nuccio, seu novo companheiro de JH.
Carol Duarte, a Atriz Revelação ao viver o transexual Ivan em A Força do Querer, destacou a importância da personagem para a sociedade: “Acho que o ator é um pouco provocador social. Nós levantamos uma faísca qu,e daqui a algum tempo, acredito que teremos um resultado positivo”. Jonathan Azevedo, o traficante Sabiá da mesma novela, foi o Ator Revelação e fez questão de dizer que aquele momento também pertencia aos outros indicados.
Lucas Veloso venceu na categoria Humorista por viver o Didico no remake de Os Trapalhões e exaltou as vivências com seu pai, o falecido Shaolin. “Sem dúvida alguma, foi quem me ensinou tudo o que eu sei graças ao humor. Graças às muitas amizades dele, eu tenho várias amizades grandes. É um cara que, apesar de ter ido embora, não tem ninguém tão presente na minha carreira quanto ele”, respondeu, antes da autoria da pergunta ser questionada por dois jornalistas.
O prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante foi para Débora Falabella ao viver a vilã Irene na trama de Glória Perez. Na conversa, fez um balanço sobre o ano que termina. “2017 foi difícil para nós. É o ano em que estamos lidando com uma onda reacionária muito forte. Mas por outro lado, vimos as minorias e as pessoas que se sentiam mais oprimidas lutando muito. Seja no ponto de vista feminino, LGBT... Acho que temos que olhar para frente com esperança, mas com cuidado também”, alertou.
Emilio Dantas, o Rubinho de A Força... – Melhor Ator Coadjuvante – muito à vontade, dedicou o prêmio à sua avó, que disse que sua carreira só decolaria se ele fosse ao programa de Fausto Silva. Também revelou que passará o ano novo em Fernando de Noronha, rejeitou o título de galã: “A mim não incomoda não, acho que quem se incomoda é quem está acreditando nessa história! (risos) Acho que o galã tem uma responsabilidade muito grande. O galã tem que ter um comprometimento com o físico, a posição dele, postura, muito mais, coisas que eu sou muito relapso para cumprir”. Mas o melhor foi o seu lado bem “sincerão” sobre o que ele deseja para o Brasil em 2018: “Cara, segurem o rojão! Segurem o rojão e vamos tentar ser feliz”.
O furacão Ivete Sangalo, grávida de gêmeas há sete meses, trouxe o prêmio de Melhor Cantora. Após fotos, logo improvisaram um banco para ela sentar e conversar com os jornalistas. “Eu esperava que fosse uma das meninas, mas se tratando de Marília, Anitta e eu, esse prêmio é nosso”, afirmou ela, que fez questão de dizer que volta ao Carnaval em 2019 e espalhou outdoors pela Bahia para evitar "disse-me-disse" no futuro.
Marjorie Estiano comemorou a sua vitória como Melhor Atriz de Minissérie pela atuação em Sob Pressão. Mas ao conversar com os jornalistas, ficou mais atenta pela TV da sala à categoria que concorria o seu colega de série, Julio Andrade: “O fato da votação ser popular, através do espectador, faz dele ainda mais valioso, porque é o trabalho não é sobre a população, para a população, com a intenção de informar, de responsabilida... Ih, foi o Júlio! Ê parceiro!”, interrompeu ela, completando: “Prêmio é trabalhar com esse cara, ele é sensacional. É a razão da minha paz!”.
Pabllo Vittar, que levou a Música do Ano por K.O., não escondeu a felicidade: “Esse prêmio só vem brindar tudo que eu acredito, que é no amor, na diversidade, o respeito ao próximo. Seja lá qual for a sua orientação sexual, sua cor, etnia, podemos fazer o que quisermos, e temos potencial para isso”.
CLIMÃO
Entre o figurino de Luan Santana, que disse ter se inspirado no personagem Newt Scamander de Animais Fantásticos, mas como diziam as redes sociais, estava mais para O Pequeno Príncipe (com direito a uma cruz no cabelo que ele mesmo fez ao ver um perfil capilar no Instagram), que comemorou seu 10º prêmio na festa; e a surpresa de Paolla Oliveira como Melhor Atriz, e não Juliana Paes, gerando burburinho entre jornalistas e artistas pelo favoritismo (e decepcionada, foi embora antes do término da festa), quem ficou feliz mesmo foi Faustão.
“Acho que o objetivo, além de premiar o talento, e o público ter chance de escolher, é a questão da confraternização. Tivemos boas falas, cada um falando sobre questão racial, da hipocrisia, preconceito, ignorância. Tudo isso mostra que existe gente com juízo, equilíbrio, que pode ajudar a melhorar o Brasil”, concluiu o apresentador.
