'Onde Nascem os Fortes': Conheça o Sertão do pernambucano George Moura

Recifense está por trás da nova supersérie da Globo gravada na capital pernambucana e no interior da Paraíba

Foto: Estevam Avellar/TV Globo
Recifense está por trás da nova supersérie da Globo gravada na capital pernambucana e no interior da Paraíba - FOTO: Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Todos os dias, o dramaturgo pernambucano George Moura, de 54 anos, acorda religiosamente às 6 da manhã. Após o café, ele chega em seu escritório no Rio de Janeiro às 7h30 para dar prosseguimento ao novo mundo de sonhos que, atualmente, se passa na cidade fictícia de Sertão, onde é ambientada boa parte da próxima supersérie da TV Globo, Onde Nascem os Fortes, que ele escreve junto com Sérgio Goldenberg, trazendo na direção a colaboração do conterrâneo Walter Carvalho e a direção artística de José Luiz Villamarim.

O próprio autor pernambucano explica um pouco do enredo de sua próxima produção: “É a história de dois irmãos que vivem no Recife, e gostam de esportes radicais. Maria (Alice Wegmann) e Nonato (Marco Pigossi) vivem com a mãe Cássia (Patricia Pillar), e eles vão para Sertão – uma cidade imaginária – em busca de novas trilhas. A mãe não gosta da ideia porque é lá onde ela nasceu e para onde não voltava há mais de 20 anos. Ela nunca explicou a eles, por mais que perguntassem, o porquê de não retornar. Mas eles vão mesmo assim e Maria encontra Hermano (Gabriel Leone), se apaixonam e, de repente, Nonato desaparece”.

O sumiço do personagem de Marco Pigossi, segundo Moura, é o que vai movimentar toda a trama. “Maria vai buscar, através dos caminhos legais (polícia, justiça), saber onde ele está, mas não vai conseguir informações. Então, a vida dela e de Cássia – que quando fica sabendo vai para Sertão – a vida do Hermano e de todas as outras pessoas vão se transformar em função desse desaparecimento. Esse é o grande ponto de partida”, adianta.

Gravada desde outubro no Sertão da Paraíba, Recife só sediou dois dias de gravação para as cenas iniciais e flashbacks dos irmãos. As sequências da capital pernambucana foram captadas na semana passada, no Píer Brennand e na Rua da Aurora, e o autor justifica (como se precisasse) o porquê de escolher sua terra natal como um dos cenários reais da trama.

“Eu sou do Recife! (risos) Então, inevitavelmente, tem um ditado que diz: ‘Se você quer se comunicar com o mundo, você tem que ir à sua aldeia’. E embora eu esteja há mais de 20 anos fora do Recife, as histórias que eu conto dialogam com o lugar de onde eu vim. Porque, do ponto de vista afetivo e simbólico, eu tenho uma relação muito forte com essa cidade, e não só com ela, mas também com seus artistas, poetas como João Cabral, Carlos Pena Filho, Manuel Bandeira – que são pessoas que despertaram em mim a paixão pela palavra. Então Recife é importante nesse sentido”, reforça.

Prevista para ter 53 capítulos (e ele já trabalha por volta do capítulo 40), Onde Nascem os Fortes desafia Moura. “O primeiro é o da jornada. São 53 capítulos, numa jornada de 13 semanas. É um volume de história muito grande. Então eu, junto com o Sérgio Goldenberg, temos uma maneira de contar o enredo com poucos personagens, de oito a dez, apenas. Com isso, o grande desafio é verticalizar o drama deles. Eles vão se revelando aos poucos, interagindo com os outros aos poucos, ganhando mais colorido e profundidade. Então, do ponto de vista da narrativa da televisão, é o trabalho mais vertical que eu enfrentei até hoje”, explica.

TRAJETÓRIA

Com sucessos na TV como as séries O Canto da Sereia (2013), Amores Roubados (2014) e a novela O Rebu (2014), o autor garante não pensar diretamente em elenco para as suas produções. “Eu quando escrevo, diferente de outros autores, eu não escrevo para ator. Eu escrevo para o personagem, que precisa fazer sentido dentro daquela história que a gente sonha e deseja narrar”, ressalta.

Com toda a correria do seu dia-a-dia, onde trabalha com Onde Nasce os Fortes de seis a sete dias por semana, George Moura diz que conceber uma produção como esta é um misto de angústia e prazer, mas a recompensa é maior: “Meu horizonte agora é o horizonte do Sertão. É onde estou concentrado e vivendo os últimos meses da minha vida 24 horas por dia”.

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