Estreia de 'Onde Nascem os Fortes' traz amor e dor em pleno semiárido

Ambientada no interior da Paraíba, nova atração da Globo - que estreia nesta segunda-feira (23) - impressiona pela qualidade técnica e entrega do elenco

Foto: Estevam Avellar/TV Globo
Ambientada no interior da Paraíba, nova atração da Globo - que estreia nesta segunda-feira (23) - impressiona pela qualidade técnica e entrega do elenco - FOTO: Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Um passeio de bicicleta em pleno sertão. Som direto forte. Respiração ofegante. De repente, uma queda brusca. É assim que Maria (Alice Wegmann) é apresentada na primeira cena da supersérie Onde Nascem os Fortes, que estreia nesta segunda-feira (23), na TV Globo, logo após O Outro Lado do Paraíso. Escrita pelo pernambucano George Moura em parceria com Sergio Goldenberg, a obra promete envolver o público numa história de amor e dor em pleno semiárido.

Apenas no primeiro capítulo, a série traz vários impactos. Começando pela suave abertura ao som do quarteto Zeca, Caetano, Moreno e Tom Veloso entoando Todo Homem, que tem tudo para ficar na cabeça do telespectador.

A fotografia das cenas gravadas no interior da Paraíba - assinada pelo diretor Walter Carvalho - que dão corpo à fictícia cidade de Sertão, onde se passa a trama, é indiscutivelmente bonita, propiciando planos poéticos e bastante artísticos.

Também chama a atenção o uso de câmera subjetiva – que mostra um ponto de vista pessoal através da câmera – colocando o público não como meros espectadores, mas inseridos na cena como se fôssemos “espiões”. Será possível perceber isto na sequência da fábrica, onde somos apresentados aos personagens de Alexandre Nero (Pedro) e Maeve Jinkings (Joana).

O elenco também impressiona pela dedicação na prosódia nordestina, trazendo um sotaque convincente. Expressões como “galeguinha”, “braba”, “mainha”, “visse”, “besta” e “painho” soam com naturalidade na boca dos atores.

Alice Wegmann como a protagonista Maria se mostra preparada para o papel. A jovem atriz mostra química tanto para representar o amor de irmã pelo gêmeo irresponsável Nonato (Marco Pigossi) - que apanhará feio neste primeiro episódio ao mexer com a amante de Pedro, o todo poderoso de Sertão - quanto para se entregar à paixão pelo arqueólogo Hermano (Gabriel Leone).

Também vale destacar nesta estreia a ótima apresentação do pernambucano Jesuíta Barbosa dando vida à drag Shakira do Sertão, o alter ego de seu sofrido e reprimido Ramirinho. Cantando de verdade, embora dublando em cena, numa mistura que remete a Pabllo Vittar e Johnny Hooker, ele se joga para performar O Amor e o Poder, sucesso de Rosana, com um arranjo bonito, pop e sensual. Além de O Meu Sangue Ferve Por Você, de Sidney Magal, durante uma cena em segundo plano.

BELEZA E MISTÉRIO

Uma cena enigmática de Fábio Assunção e o conterrâneo Pedro Wagner fecha o primeiro capítulo, mostrando que existem várias motivações para buscar sua força: seja pelo amor, pela dor, pelo certo, pelo errado. Onde Nascem os Fortes se apresenta como uma jornada instigante que prende pela beleza e os mistérios de um lugar tão longe, mas tão perto através de personagens verossímeis.

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