Documentário Imagens do Estado Novo, de Eduardo Escorel, estreia na TV

Filme é exibido pelo canal Curta! em uma versão ampliada e dividida em cinco episódios

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Filme é exibido pelo canal Curta! em uma versão ampliada e dividida em cinco episódios - FOTO: Reprodução

O documentário Imagens do Estado Novo – 1937-1945, do cineasta Eduardo Escorel, estreia na TV com trechos que não foram incluídos na versão feita para os cinemas, premiada nos festivais É Tudo Verdade e Recine. O filme será exibido em cinco partes com cerca de 50 minutos pelo canal Curta!, uma por semana. A primeira delas vai ao ar nesta sexta-feira (4/5), às 23h, e mostra a consolidação do regime até as vésperas do golpe que inicia o Estado Novo. A suspensão dos direitos constitucionais, censura à imprensa e intensificação do anticomunismo são assuntos abordados.

"A série inclui algumas sequências que pretendem contribuir para formar um painel mais rico e completo do período", resume Eduardo Escorel, que utiliza cinejornais, cartas, fotografias, filmes, diários e músicas selecionados em um intenso trabalho de pesquisa. "O acervo reunido para a edição foi de mais de 100 horas, das quais resultaram as cerca de cinco horas da série. Acreditamos ter incluído o que havia de melhor e mais relevante de todo esse material. Mas é possível que restem outros filmes a fazer com esse mesmo material", avalia o cineasta.

"O principal desafio de realizar um documentário como Imagens do Estado Novo 1937 – 45 talvez seja dispor dos meios e do tempo para fazer justiça à importância do tema. Mas também há a dificuldade de, primeiro, entender, e, depois, de tornar compreensível um processo complexo. Daí a intenção, como o título sugere, de fazer um filme mais sobre as 'imagens' do Estado Novo, do que sobre o Estado Novo em si mesmo", explica ele sobre a proposta do seu filme.

"A importância de não apagar a memória da ditadura do Estado Novo em favor do governo Vargas de 1951-54, fruto de uma eleição, está, primeiro, nas transformações ocorridas no Brasil entre 1937 e 45, incluindo a aproximação com os Estados Unidos, etc. Mas também por deixar clara a face autoritária de Vargas, não mascarar a brutal repressão a que o País foi submetido e mostrar o papel crucial das Forças Armadas na política, que iria chegar ao auge em abril de 1964", continua ele.

História

Eduardo Escorel também fala sobre a contribuição da produção documental brasileira para o debate sobre a História do País. "Tentar elucidar o passado histórico, ou pelo menos torná-lo menos nebuloso, é uma forma de ajudar a compreender o presente, por mais que seja preciso ter o cuidado de refletir com cautela sobre aparentes paralelos entre situações que na verdade ocorreram em contextos muitos diversos e não costumam ser meras repetições do que já ocorreu", alerta o cineasta.

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