Entrevista: O salto de Sérgio Malheiros na teledramaturgia

Ator estará na série 'Impuros', do canal fechado Fox, e se prepara a próxima novela das sete da Globo, 'Verão 90 Graus'

Foto: Jeff Segenreich/Divulgação
Ator estará na série 'Impuros', do canal fechado Fox, e se prepara a próxima novela das sete da Globo, 'Verão 90 Graus' - FOTO: Foto: Jeff Segenreich/Divulgação

Foi no ano de 2004 que o público reconheceu o talento do (então pequeno) ator Sérgio Malheiros. O garoto que deu vida ao sapeca Raí de Da Cor do Pecado emocionou os telespectadores na trama das sete escrita por João Emanuel Carneiro, na TV Globo. Hoje, aos 25 anos e uma carreira consolidada, o jovem coleciona bons trabalhos na teledramaturgia, mas os desafios não param: está prestes a viver um traficante extremamente violento e sádico na série Impuros, do canal fechado Fox, e um surfista empoderado na próxima novela das sete da Globo, Verão 90 Graus, no início de 2019.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o ator carioca analisou a sua trajetória: “Ah, eu mudei muito. Nós estamos em constante evolução, então a ideologia que eu tinha há alguns anos, hoje já é diferente. Minha perspectiva de vida muda sempre quando novas experiências acontecem. Tive vários projetos que me fizeram amadurecer como profissional, que me desafiaram. Hoje consigo identificar melhor o que o personagem precisa, qual o tom que devo dar a ele, por exemplo. Mas além de amar muito a atuação, também tenho outras paixões, como a direção, por exemplo. É algo que venho amadurecendo durante os anos e que tenho me empenhado bastante para realizar”.

Sérgio também comentou o quanto o personagem Wilbert da nova série da Fox, que tem estreia prevista para outubro, é totalmente diferente de sua personalidade. “O Wilbert, de Impuros, é o extremo do extremo, não consigo me assemelhar a ele em nenhuma característica e isso me tirou da minha zona de conforto, mas sinto compaixão pela história dele, por tudo o que ele passou que o fez ser o que é hoje. O mais trabalhoso foi entender o comportamento dos jovens no mundo do crime em 1990, que foi uma época de grande expansão”, revela ele, já que a trama vai abordar sobre o tráfico de drogas naquela época.

Embora pareça um papel tão complexo, o ator conseguiu fazer algumas reflexões a partir deste personagem: “Aprendi a importância de ter uma boa base na vida dos jovens, mas, sobretudo, que precisamos ter empatia com o próximo se queremos realmente fazer alguma diferença. O meio em que você cresce influencia no que você pode se tornar. É claro que não podemos generalizar e temos que levar em conta as diversas entidades que buscam tirar os jovens da situação violenta das comunidades e do contato com as drogas, mas é um fato que influencia, querendo ou não. Aprendendo a não julgar, podemos mudar ao nosso redor”.

DEFENSOR DA NEGRITUDE

Por coincidência temporal, seu próximo personagem nas novelas também viverá nos anos 1990. Em Verão 90 Graus, Sérgio Malheiros será o surfista Diego Oliveira. “A preparação vai começar agora em setembro, então não tenho muito sobre ele ainda. Sei que o Diego será um forte defensor dos direitos negros da época, vai usar da sua imagem na mídia para trazer luz a isso. É um personagem muito revolucionário, então estou ansioso para começar a de fato entender o tom dele e dar vida ao Diego”.

O lado militante de Diego fez com que perguntássemos ao ator sobre um assunto que tem sido amplamente discutido nos dias atuais: a representação negra na teledramaturgia. “Acredito que temos progredido em certos pontos, sim, mas ainda não é o cenário ideal. Acho que, além de dar mais cargos no meio artístico, temos que pensar também em quais papéis estamos
delegando, fugir do estereótipo. No mais, vejo o cenário geral do mercado de trabalho, também, e ainda temos muito caminho pela frente, mas estamos batalhando para isso e é isso que importa”, afirma.

O espírito “boa praça” de Sérgio Malheiros – que namora a apresentadora do Vídeo Show, Sophia Abrahão – também é resultado de sua dedicação ao esporte, principalmente o surfe. “O esporte sempre esteve presente na minha vida, minha família sempre foi ligada a ele, mas o surfe entrou meio que recentemente de uma forma mais intensa. Tenho praticado sempre que posso, pois eu amo surfar. Acho que é um tempo que tenho para mim, que envolve cuidar do meu corpo e da mente”, conclui o jovem carioca.

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