Monica Iozzi conta que pode voltar a ser apresentadora

No ar como Kim em 'A Dona do Pedaço', atriz falou sobre planos de voltar a apresentar, redes sociais e se entraria na política

Foto: Estevam Avellar/TV Globo
No ar como Kim em 'A Dona do Pedaço', atriz falou sobre planos de voltar a apresentar, redes sociais e se entraria na política - FOTO: Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Toda vez que Monica Iozzi entra em cena, chama a atenção como a Kim de A Dona do Pedaço, novela das 21h da Globo. Seja por conta do cabelo louro platinado ou pela atuação, a atriz se destaca nas cenas em que a personagem está com Vivi (Paolla Oliveira) ou Josiane (Agatha Moreira). E também pela forma obcecada como se relaciona com Márcio (Anderson Di Rizzi). Mesmo sabendo que ele é namorado de Sílvia (Lucy Ramos), Kim prepara armadilhas para que o gerente da fábrica de bolos de Maria da Paz (Juliana Paes) deixe a namorada e fique com ela.

Na entrevista a seguir, a atriz de 37 anos comenta sobre a mudança radical no visual para o papel; qual foi sua inspiração para o trabalho; o que aprendeu com suas pesquisas e como é a relação com Paolla Oliveira. Além disso, Monica revela se acha que as louras são mais fatais, sobre o desejo de voltar a apresentar um programa e se já pensou em se candidatar a algum cargo político, uma vez que sempre se posiciona publicamente sobre questões sociais.

ENTREVISTA // MONICA IOZZI

AGÊNCIA ESTADO – Você ficou loura para A Dona do Pedaço. De quem foi a ideia?
MONICA IOZZI – Uma das coisas mais bacanas da nossa profissão é justamente isso: poder mudar. Se fosse para eu ter vontade, não sei se algum dia ficaria platinada e de chapinha. Nem gostava muito de pintar o cabelo, mas foi uma proposta minha. Assim que falei com a Amora (Mautner, diretora), ela comprou a ideia e cabe muito ali porque não é um louro sexy, mas uma assinatura. A Kim se propõe mesmo a mostrar que se modifica. 

AE – Kim está por trás da Vivi e da Josiane. Em quem você se inspirou para compor a personagem?
MONICA – A Kim coordena a carreira de algumas das maiores instagramers, blogueiras e youtubers de moda do Brasil. Essa mulher tem um lugar muito importante, porque ela nunca está de frente para as câmeras. É ela quem diz se uma roupa é boa ou não, sobre a decisão do ângulo. Me inspirei nas grandes editoras de moda, que são as pessoas que estão ali atrás, mas têm um olhar de vanguarda. É um universo muito diferente do meu, estou encantada. 

AE – O que você aprendeu desde que começou a pesquisar sobre esse mercado da moda e das influenciadoras?
MONICA – Ainda estou aprendendo, pesquisando há alguns meses. Comecei a seguir pessoas que não seguia. Eu acompanhava revistas de moda, mas agora tenho outro olhar. Quando vejo um editorial, reparo que cenário é aquele, estou mais antenada, tentando entender, de verdade, o que está acontecendo no universo da moda e das instagramers, que não são necessariamente ligadas à moda, porém são fashionistas. Os estilistas são artistas: a gente se comunica com a forma como se veste. Eles propõem todas essas novidades e essas mudanças de linguagem, então isso é comunicação também. 

AE – Como está sendo a troca com a Paolla Oliveira em cena?
MONICA – A troca da minha personagem com a da Paolla é muito rica. Elas são tão próximas, trabalham juntas há tanto tempo e são tão amigas, que têm liberdade total uma com a outra. Acho que a gente só é grosseira, só dá "piti" com quem é muito próximo. Elas são sinceras e, de vez em quando, rola uma rusga. Nesse momento em que a gente vive com o poder das redes sociais e com esses milhões de seguidores que essas meninas têm, nos comunicamos muito bem com esse público. É o universo das "it girls". 

AE – Você acha que as louras são mesmo mais fatais?
MONICA – Eu não acho. Prefiro as morenas. Mas, brincadeiras à parte, tem uma coisa que eu achei interessante: quando fui tingir o cabelo, era a única morena do salão. Isso me chamou um pouco a atenção. É uma coisa do Brasil! Na Europa, a gente não vê tanta gente loura. Isso me fez pensar também que relação é essa que as mulheres brasileiras têm com essa coisa nórdica. Comecei a reparar nisso e acho que chama mais a atenção. Fazia muito tempo que não ouvia um "psiu" na rua e, agora, está uma coisa quase insuportável. 

AE – Como assim?
MONICA – Outro dia, estava andando com as minhas cadelas, passeando de moletom, chinelo e com o cabelo preso. Juro por Deus que o moço parou o carro e falou: "Ô, loura!". Achei que era um conhecido meu, mas não. Morena, nunca tinha acontecido comigo uma cena dessas. E acho que continuo belíssima, da mesma maneira, porque bonita eu sempre fui. Mas, agora, chamo a atenção de outro jeito. É uma loucura! Acho que, assim que acabar a novela, vou voltar a ser morena. Dá muito trabalho, mas estou cuidando. Tem que secar todo dia, gastar milhões de reais. Como a proposta foi minha, tenho de ser feliz e abraçar a ideia. 

AE – Você pensa em voltar a apresentar um programa?
MONICA – Sim! Eu sempre pensei em voltar a apresentar. Era para eu ter ficado por três meses no Vídeo Show, mas durou um ano. A gente improvisava muito, mas vai chegando um determinado momento e você se sente um pouco sem repertório. Estava com muita saudade de trabalhar como atriz. Aí, eu tinha recebido um convite do Mauro Mendonça Filho para fazer Vade Retro e saí. Mas, voltando a apresentar, tem de ser uma coisa que tenha a minha cara. No Vídeo Show, a gente brincava muito com um conteúdo que já existia há 30 anos. Quando eu fizer um programa de novo, será para falar de coisas que são importantes para mim. Acho que não vai demorar. 

AE – Os "haters" deram uma trégua nas redes sociais?
MONICA – Está tão tranquilo! Você pode não se colocar, pois é uma escolha sua, mas eu não consigo. Se fosse professora, maquiadora, uma pessoa com milhões de seguidores ou com dez, falaria as mesmas coisas. Realmente, não consigo me calar. Desde muito cedo, tenho um interesse grande pela vida em sociedade e por política. As pessoas falam que é chato. Mas, talvez se elas se interessassem mais, a gente estivesse um pouco melhor. 

AE – Você já pensou em se candidatar?
MONICA – Não. Acho que o meu papel é como artista. Como comunicadora, dá para fazer bastante coisa. Admiro muita gente que vai fazer política, porque a engrenagem é viciada há muitos anos. É fácil falar que nenhum presta, mas tem muita gente boa ali, que são verdadeiros heróis. Eu, pelo menos por enquanto, acho que não tenho essa pretensão para os próximos anos.

Últimas notícias