RESENHA

Ciclo do amante substituível fala da política da estética

Quinto livro do poeta Ricardo Domeneck faz confissões para amantes e questiona os cânones literários

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 07/03/2012 às 6:17
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Se alguns – muitos – poetas parecem buscar o diálogo com uma tradição estanque ou, em última instância, com o próprio potencial de imortalidade dos seus escritos, o brasileiro radicado em Berlim Ricardo Domeneck parece fazer poesia ciente do exato contrário, de que sua obra é momentânea, parte de um presente histórico. De certa forma, todos os trabalhos presentes em Ciclo do amante substituível parecem trazer essa certeza, a partir das confissões amorosas e eróticas ou das referências à cultura literária.

Dividido em cinco partes, o livro constrói uma narrativa sentimental por meio de seus poemas, ainda que eles não tenham uma relação direta entre si. Os 15 primeiros da obra são estranhamente pessoais, como se no ato de mostrar sua (verdadeira?) vida pessoal, Domeneck estivesse se observando como objeto poético, estivesse tomando consciência de quão visceral e irracional pode ser o amor. O tema é retomado em outros momentos do livro, com trechos de confissão que se alternam entre o lirismo (em As aritméticas do amor, ele escreve: “é excessivo / porque não / é suficiente”) e a carnalidade homoerótica.

Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quarta-feira (7/3)

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