José Juva lança livros de ensaios sobre cinema e literatura

Os pontos de contato entre a escrita, o cinema e a crítica sempre podem ser produtivos. O poeta e crítico literário José Juva lançou seu primeiro livro de poesia, Vupa, no ano passado. Agora reuniu os encontros entre filmes e livros em uma edição virtual de seus ensaios recentes, intitulada Breve breu: escritos sobre literatura e cinema (Macaco Encruzilhada) e disponível gratuitamente no site Outros Críticos.

O e-book é gratuito e traz 18 textos. Charles Bukowski, os animais de Herman Hesse, a guerrilha do codinome Luther Blissett e a Febre do rato de Cláudio Assis são analisados ao longo dos capítulos, em artigos acadêmicos, colunas para o site Outros Críticos e críticas para o festival Janela Internacional de Cinema do Recife. A capa é do ilustrador e músico Germano Rabello.

Em Breve breu, Juva expõe alguns dos caminhos da arte – vários deles o interessam particularmente, em suas pesquisas e em sua produção poética. O texto que abre o livro demonstra em seu título que “a poesia é o vinho da visão”. O autor busca defender ali que a linguagem não deve pretender gerar um jogo de palavras, mas sim encontrar formas de curar (e turvar, também) a si mesmo e ao mundo.

Em outro exemplo, Bukowski é olhado para além de sua imagem corrosiva: o que importa é o que ela revela dele mesmo e das partes do mundo em que ele circula. Para falar da obra dessa relação entre literatura e biografia do autor alemão, ele usa uma frase de Roberto Piva – tema de sua dissertação de mestrado em Letras na UFPE: “Não acredito em poeta experimental sem vida experimental”. Em todos seus textos, o livro funciona como uma boa introdução para pensar a relação entre poesia, performance, corpo e natureza, sempre por meio de conexões singulares.