LANÇAMENTO

Confraria do Vento faz noite de autógrafos de seis livros

Nivaldo Tenório e Clodie Vasli publicam novas obrsa de narrativas curtas e relançam quatro livros premiados de 2013

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 11/11/2014 às 5:48
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Este tem sido um ano movimentado para a editora carioca Confraria do Vento. Com mais de 25 lançamentos, a editora chegou aos seus 12 anos de história comemorando a repercussão das obras lançadas em 2013. Entre os principais prêmios literários, teve um livro vencedor, O aquário desenterrado, de Samarone Lima, no Prêmio Literário da Biblioteca Nacional, e mais três obras entre finalistas e semifinalistas.

Nesta terça (11/11), às 19h, na Livraria Saraiva do Shopping Recife, a editora lança no Recife mais dois títulos: uma nova edição de Dias de febre na cabeça, volume de contos do escritor garanhuense Nivaldo Tenório, e a coletânea de crônicas Apagando um cigarro atrás do outro, do escritor gaúcho radicado em Nottingham, na Inglaterra, Clodie Vasli. Os dois autores recebem a companhia de Samarone, do finalista do Portugal Telecom Everardo Norões e de dois semifinalistas do mesmo prêmio, Wellington de Melo e Marco Polo Guimarães.

A ideia é apresentar tanto esses novos títulos como celebrar a boa recepção das demais obras. Nivaldo apresenta o seu livro de narrativas curtas em uma nova roupagem, depois da primeira edição, mais restrita ao território pernambucano. Nos contos de Dias de febre na cabeça, vê-se um contista de personagens angustiados, adoecidos, vivendo no limite dentro de uma realidade estranha, em uma linguagem que não deixa muitos excessos.

O gaúcho Clodie, por sua vez, conta com uma obra de crônicas curtas, que por vezes assumem a forma de pequenos contos. Os fatos da sua própria vida se misturam a reflexões poéticas, entre o cotidiano e a invenção, e entre a contemplação e a angústia. A obra é o segundo título do autor, que publicou na Inglaterra o volume De passagem.

“Foi um ano fantástico. Eu quase tive um infarto com as emoções dele”, conta a pernambucana Karla Melo, uma das editoras a Confraria do Vento. Ela é a principal responsável por ficar atenta a autores da região para compor o catálogo nacional da editora, mantida em parceria com Victor Paes e Marcio-André.

O resultado de quatro obras entre os semifinalistas do Prêmio Portugal Telecom deste ano foi redentor para a Confraria. Everardo Norões continua no páreo e é um dos 12 livros finalistas da honraria, concorrendo, com o volume de contos Entre moscas. Além do prêmio para o livro de Samarone, duas estreias foram destaque: Wellington de Melo e seu primeiro romance, O estrangeiro no labirinto, e a primeira obra em prosa do poeta Marco Polo Guimarães, o livro de contos A autópsia do bípede.

Karla celebra o destaque dos autores pernambucanos, apesar de apontar que a Confraria tem um olhar nacional. “Tivemos muita sorte com os autores pernambucanos, mas temos excelentes nomes nacionais, como Alex Andrade e o próprio Clodie. Buscamos sempre dar conta dessa coisa diversa que é o Brasil e a literatura atual”, conta Karla.

Como editora pequena, uma das lutas principais é por uma melhor distribuição dos livros – e a margem de lucro é sempre pequena. Com a repercussão nacional deste ano, passaram até a receber propostas de autores que queriam pagar para seu livro sair pela Confraria, mas a ideia não agrada os três editoras. “Queremos fazer o que acreditamos”, define Karla. “A gente quase paga para trabalhar. Não temos poder e nem muito dinheiro, mas temos um amor enorme por tudo isso.”

Leia mais no Jornal do Commercio desta terça (11/11)

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