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João Alderney lança Fazer versos na Academia Pernambucana de Letras

Escrito em sextilhas em rima rica, livro é um tratado de arte poética

Do JC Online
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Publicado em 09/03/2015 às 5:00
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Escrito em sextilhas em rima rica, livro é um tratado de arte poética - FOTO: Divulgação
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Quem já se aventurou a escrever versos um pouco mais a sério do que deixar aflorar a pura e simples intuição deve ter encontrado dificuldade para aprender e dominar as técnicas literárias da poesia. Ao encarar esse desafio, sem destemor, há seis anos, quando decidiu por no papel as suas rimas, João Alderney se viu às voltas com o Tratado de versificação, de Olavo Bilac, entre outras tantas obras esparsas. De sua dificuldade inicial surgiu, alguns anos depois, a ideia de escrever o livro Fazer versos, que o poeta lança hoje às 18h, na Academia Pernambucana de Letras.

Com 250 estrofes escritas em sextilhas, o livro tem apresentação do acadêmico Dirceu Rabelo e orelha do poeta Meca Moreno. “Parece que eu fiz para mim mesmo. Quando comecei a escrever poesia, autodidata, há seis anos e não sabia de métrica, de rima. Eu tinha muitas perguntas e para isso tive que consultar vários livros. O Tratado de versificação de Bilac é um livro muito bom, mas limitado em quantidade de assuntos”, afirma Alderney.

A princípio, ele havia planejado de escrever 18 estrofes em sextilhas para o prefácio do seu livro Sonetos 100 mais versos tem, que terminou atropelado por Fazer versos. “Não fiquei satisfeito porque achei incompleto. Depois estava com 43 estrofes, daqui a pouco com 96. Terminei fechando com 250 estrofes”, comenta o escritor, que tem mais três livros no prelo. “Quis mostrar para as pessoas como se lia a poesia e as técnicas para escrever versos. Muitos neófitos não sabem que o soneto tem 14 versos”, exemplifica.

Auditor tributário aposentado, João Alderney passou a encarar a poesia mais a sério e chegou a fazer, depois de muita insistência por uma vaga, um curso de pós-graduação em Letras que o professor e poeta Paulo Henriques Britto, da PUC-Rio ofereceu na Universidade Federal de Pernambuco. Mais seguro de si, optou por fazer o livro em versos. “Achei que seria interessante, porque se fosse em prosa seria bastante extenso. A poesia é mais concisa. Escrevi todo em rima rica. Não tem rimas pobres nas estrofes”, orgulha-se.

Ao ler os versos de Alderney, o leitor vai conhecendo desde o verso de pé-quebrado aos tipos de rima, de formas poéticas como haicai à balada, rubai ou teléstico; seus números de sílabas, desde o estrambótico; fenômenos como diérese, anacruse, apócope. A intenção do autor é que o Fazer versos seja adotado pela rede de ensino pública e particular. “Ele pode ser referência para aulas de diversas séries pois, através de seu índice, o professor tem a possibilidade de adaptar os temas e graus de dificuldade aos conteúdos programáticos”, afirma Alderney.

Antes do lançamento de Fazer versos, a Academia Pernambucana de Letras promove às 16h, uma palestra do jurista e professor da UFPE, o escritor George Browne que abordará o tema Direito e verdade.

 

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