REPORTAGEM

Jornalista lança livro sobre vida de palestinos sob a ocupação

"Viagem à Palestina, prisão a céu aberto" tem noite de autógrafos na Livraria Cultura do Paço Alfândega nesta segunda (15/6)

Do JC Online
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Publicado em 15/06/2015 às 5:52
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"Viagem à Palestina, prisão a céu aberto" tem noite de autógrafos na Livraria Cultura do Paço Alfândega nesta segunda (15/6) - FOTO: Divulgação
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Na primeira entrevista de sua viagem para a Palestina, a jornalista Adriana Mabilia perguntou à militante palestina Suheir como a ocupação de gaza pelo Estado de Israel interferia na vida da população. Depois de um tempo de silêncio, escutou a resposta: a questão soava, para um habitante local, absurda. “A ocupação afeta diretamente quase todos os aspectos da vida do palestinos, sejam eles homens, mulheres ou crianças”, disse Suheir. No período em que ficou no país, Adriana pôde conferir como aquela frase era bastante verdadeira.

A repórter vem ao Recife nesta segunda (15/6) para lançar o livro Viagem à Palestina, prisão a céu aberto (Civilização Brasileira), que é resultado de sua pesquisa e da viagem pelo país. A noite de autógrafos conta com uma conversa entre ela e o jornalista Inácio França a partir das 19h, na Livraria Cultura do Paço Alfândega.

“Eu comecei a me interessar pela ocupação da Palestina no início da minha carreira, porque, como repórter da área de notícias internacionais, quase todo dia tinha que dar uma nota sobre o conflito. Fui me apegando ao tema com o tempo e ele virou o tema da minha especialização em jornalismo internacional”, explica Adriana.

Para ir à Palestina, ela passou um ano organizando a viagem. Sabia que era difícil entrar no país como jornalista, mas a missão tornou-se impossível quando, às vésperas de embarcar, o conflito se reacendeu. Adriana precisou pegar um visto de turista comum para poder circular por lá. No livro, ela destaca a vida de três mulheres palestinas, Khaula, Suheir e Nadia, todas ligadas a trabalhos sociais.

“A maioria das mulheres palestinas são muito engajadas em trabalhos sociais. São palestrantes, orientadoras de ONGs. Os eventos são lotados e a maioria das presentes são mulheres muçulmanas, que querem ouvir e discutir sobre como lidar com situações cotidianas da ocupação”, revela Adriana.

Ela mesma viveu o cenário de bloqueios e restrições, mesmo como turista. Mesmo conhecendo a situação, Adriana se impressionou com o que viu. “Eu pensava: ‘Isso está acontecendo em pleno século 21!’. É uma crise humanitária absurda”, lembra. “Os soldados limitam o trânsito dentro dos territórios ocupados o tempo todo. Uma criança pode ser impedida de repente de ir a sua escola por um bloqueio militar. É comum elas voltarem chorando porque vão perder uma prova porque o caminho está fechado. Para os idosos, conseguir assistência de saúde também é um sofrimento”, conta a jornalista. “Por conta desse cenário, quase todos palestinos são militantes, de alguma forma.”

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