Se na semana anterior o escritor francês Jean-Paul Delfino esteve por aqui, quem visita o Recife nesta semana é uma conterrânea sua, a editora e tradutora Paula Salnot. Criadora da editora Anacaona, especializada em publicar, na França, obras de autores brasileiros, ela estará aqui quinta (3/12), a partir das 19h30, na Aliança Francesa, para um bate-papo informal com alunos e com o público em geral.
Paula começou a se interessar pelo Brasil – e pela língua portuguesa – quando já tinha 24 anos e fez um curso do idioma. O projeto de começar a editar livros só surgiu em 2009, quando travou contato com a produção urbana e contemporânea da nossa literatura, através de escritores como Paulo Lins (Cidade de Deus) e Ferréz (Manual Prático do Ódio). Nas prateleiras das livrarias na França, só encontrava os mesmo livros de escritores brasileiros, restritos a clássicos e best-sellers.
Começou com autores que mostravam esse lado pouco conhecido – na literatura – do Brasil: a cultura, os dramas, a linguagem e a histórias das periferias urbanas. Além de nomes clássicos, como José Lins do Rego, ela já publicou dois autores pernambucanos: Raimundo Carrero e Marcelino Freire.
O romance Nossos Ossos, de Marcelino, foi traduzido pela própria Paula, como a maioria das obras do seu acervo. Já Raimundo Carrero teve seu segundo título editado agora: Sombra Severa, que se juntou ao romance de estreia do autor salgueirense, Bernarda Soledade, a Tigresa do Sertão. As duas obras de Carrero foram levadas para o francês pelo escritor e tradutor Hubert Tezénas.