LITERATURA

Temas sociais e do mercado digital marcam o segundo dia da Bienal do Rio

Evento literário contou também com a participação do pernambucano Bruno Mendes, da empresa Coisas de Livreiro

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 01/09/2017 às 20:10
Foto: Felipe Panfili/ Divulgação
Evento literário contou também com a participação do pernambucano Bruno Mendes, da empresa Coisas de Livreiro - FOTO: Foto: Felipe Panfili/ Divulgação
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Assim como o próprio espaço da 18° Bienal do Livro do Rio, a programação do evento se revela bastante heterogênea e integrando todo tipo de público. Ontem, durante o segundo dia da maior feira literária do País, adultos, adolescentes e crianças circularam pelo RioCentro, de estande em estande, a procura de livros, ou assistindo às palestras e debates. Temas políticos e sociais estão pautando o evento este ano, assim como os relacionados ao mercado editorial, e hoje não foi diferente.


Paralelamente à programação infantil - que reuniu a criançada no espaço EntreLetras e no Geek & Quadrinhos -, um dos debates que chamou a atenção do público que procurava se informar sobre o mercado de livro foi o do Espaço Livro Digital, “Mercado: como o universo digital ajuda a vender mais livros?”. A conversa contou com a presença do diretor no Brasil da empresa Bookwire, empresa alemã de distribuição digital, Marcelo Gioia, e com o pernambucano Bruno Mendes, da #coisadelivreiro. O debate foi pautado a partir do crescimento do livro digital no Brasil e as adaptações do mercado.


“Enxergo o crescimento do livro digital no âmbito nacional como sendo bem orgânico”, analisou Marcelo. "Atualmente entre 3 a 7% do faturamento das editoras vem do digital. Essa é a média, porque tem editora em que esse número sobe para 20%.” Em relação ao público do mercado digital, tanto o diretor da Bookwire quanto Bruno não acreditam que ele deva ser analisado de maneira categórica. “Temos que discutir leitor em potencial, sabemos que o fetiche pelo objeto livro não vai acabar”, acrescentou o pernambucano.


Bruno, inclusive, começou sua trajetória na área editorial no Recife, há cerca de 10 anos, como vendedor da Livraria Cultura. Seguiu para o Rio ainda pela empresa, mas decidiu depois montar seu próprio negócio, sem jamais sair do foco da literatura. “A Coisa de Livreiro é uma empresa de consultoria em gestão e planejamento de negócios. Temos um braço multimídia também, através do qual atendemos editoras e youtubers, agenciando-os”, explicou, feliz ao lembrar da terrinha.


Feminismo e cidadania

 A noite foi marcada por questões de cunho mais político, tanto na programação da Arena #SemFiltro como na do Café Literário. Na primeira, Mario Sergio Cortella e Marcelo Tas debateram os temas presentes no livro que lançaram recentemente, “Basta de cidadania obscena!”, escrito a quatro mãos. A mediação ficou por conta de Lucas Salles, tratando de assuntos polêmicos da sociedade contemporânea, como engajamento e redes sociais.

Ao mesmo tempo, na sala do Café Literário, as escritoras Giovana Madalosso, Ana Paula Maia e Antonia Pellegrino conversam sob mediação de Marina Gonçalves sobre o feminismo na atualidade, as vitórias já conquistadas pelo movimento e os problemas que persistem na luta pela igualdade de gênero e pelo respeito às mulheres.

Amanhã passam pela Bienal nomes como os de Frei Betto, Jenny Han, Ana Maria Machado, Paula Hawkins, Gabriel Sá e Lilia Shwarcz. Os debates continuam ao longo do terceiro dia, assim como a popular programação do Geek & Quadrinhos, que conta com batalha de ilustrações, games e gravação de podcasts.

A repórter viajou a convite da Saraiva.

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