A noite desta quarta-feira (20) marcou a abertura da terceira edição da Fenelivro. O evento segue até domingo, no Centro de Convenções, com entrada gratuita. O público deste primeiro dia foi tímido, mas decidido, tanto no bate-papo e apresentação musical de Tico Santa Cruz, quanto no lançamento do livro de José Luiz Passos.
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O escritor pernambucano radicado nos Estados Unidos – e professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA – esteve na feira para lançar sua Antologia Fantástica da República Brasileira. Antes da sessão de autógrafos, que começou por volta das 20h30, ele participou de um debate com o editor do Suplemento Pernambuco, Schneider Carpegiani (que também editou o livro), e o historiador George Cabral sobre a relação entre pesquisa histórica e literatura.
"A pergunta que me guiou na escrita foi ‘com que vozes é feita uma república e uma democracia?’", relatou o escritor. Ele ainda relembrou seu livro O Marechal de Costas, lançado no ano passado, e como a ideia de mesclar fatos e personagens históricos com elementos e situações fictícias já havia sido iniciada naquele processo criativo. Neste novo trabalho, personagens e fatos da história brasileira se mesclam a episódios criados por José Luiz, que também incorporou elementos de sua vida nos ensaios que formam as duas partes da obra.
Desabafos com Tico Santa Cruz
Abrindo a primeira noite do evento, o vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz, participou de um bate-papo com o público sobre seus livros e literatura de uma maneira mais ampla. "A cultura está sendo mal vista, até criminalizada no Brasil, mas é nosso maior pilar, ela representa o espírito de uma sociedade e me assusta a maneira com a qual algumas pessoas estão tratando os artistas", disse.
Tico é autor de três livros: Clube da Insônia, de crônicas principalmente escritas nas turnês da banda, Tesão, de poemas eróticos, e Pólvora, um romance policial, seu último lançamento. Durante sua passagem pela Fenelivro, ele também fez uma performance musical acústica, no formato voz e violão.
Quando o microfone foi aberto ao público, o tom da conversa foi de emocionantes desabafos e agradecimentos. Fãs de Tico falaram sobre como sua escrita e suas músicas o ajudaram em momentos difíceis. O cantor relembrou então quando passou por um quadro depressivo e falou do Setembro Amarelo, além de ressaltar sua admiração pela cultura pernambucana e que tem planos para, no próximo Carnaval, participar do desfile do Homem da Meia Noite.