LANÇAMENTO

Editora artesanal lança nesta sexta antologia de contos cinematográficos

Os filmes pernambucanos 'Aquarius' e 'Joaquim' serviram de inspiração para autores como Maria Valéria Rezende, José Luiz Passos e Ricardo Lísias

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 22/09/2017 às 11:59
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Os filmes pernambucanos 'Aquarius' e 'Joaquim' serviram de inspiração para autores como Maria Valéria Rezende, José Luiz Passos e Ricardo Lísias - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
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Scarlett O’Hara, Norman Bates, Dorothy, Gandalf, ou mesmo Hannibal. São inúmeros os casos em que personagens de filmes icônicos tomaram proporções e famas tão grandes quanto suas próprias histórias. Ao se tratar do cinema pernambucano contemporâneo, impossível não lembrar de Clara, protagonista do longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, Aquarius, vivida por Sônia Braga, e Joaquim, personagem homônimo ao último filme de Marcelo Gomes.

Foi com esse intuito de homenagear a cinematografia local e de promover uma reflexão sobre o Brasil atual que a editora artesanal pernambucana Mariposa Cartonera organizou duas antologias de contos intituladas como os filmes Aquarius e Joaquim.

Na produção de "Aquarius" e "Joaquim". Sexta, na Fenelivro.

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Os livros são lançados nesta sexta (22), na Fenelivro, às 19h30, com um debate sobre literatura inspirada no cinema. Participam da conversa o editor da Mariposa Cartonera, Wellingon de Melo e o produtor cinematográfico João Vieira Jr. Os autores dos textos selecionados para as duas edições também estarão presentes para a sessão de autógrafos que acontece depois do debate.

José Luiz Passos, Sidney Rocha, Ricardo Lísias, Nivaldo Tenório, Maria Valéria Rezende e Bernardo Brayner assinam os contos dos livros. Valéria, Sidney e José Luiz participam dos dois livros, enquanto Ronaldo e Bernardo assinam, cada, um texto em Joaquim e Nivaldo e Ricardo em Aquarius.

"Os dois filmes refletem bastante sobre o momento pelo qual o Brasil está passando, cada um à sua maneira, Joaquim, sendo um filme histórico e Aquarius, contemporâneo", explica Wellington. Após perceber que sempre se falava sobre como o cinema é influenciado pela literatura, a partir de adaptações em filmes de livros, Wellington decidiu fazer o inverso. "Mas não queria que fosse algo mais óbvio, como a adaptação do enredo. Pensei então em fazer essa provocação aos autores de pensar histórias a partir dos nomes dos personagens."

OS CONTOS

Convite feito, a antologia foi sendo construída com alguns textos inéditos, criados a partir da proposta de Wellington, e outros que já tinham sido publicados mas dialogavam com a temática da Mariposa Cartonera. José Luiz Passos, por exemplo, já tinha A Versão de Talitas, publicada em Aquarius, mas produziu A República dos Quincas para Joaquim. Maria Valéria Rezende escreveu tanto em Saio Não, Senhor – um breve mas intenso relato de força e sororidade rural, em que a protagonista é corajosa e decidida como Clara de Aquarius –, quanto sobre seu Joaquim especificamente para o projeto.

Assim como José Luiz e Valéria, Ricardo Lísias é finalista do Prêmio São Paulo. Sua Clara é, na verdade, Claire, uma americana, professora universitária, já de idade avançada, que cruza o caminho do narrador em uma viagem de ônibus nos Estados Unidos. Durante o trajeto, temas como a eleição de Donald Trump e o movimento Black Lives Matter vão sendo colocados na conversa por Lísias. Cada livro, feito de maneira artesanal, será vendido por R$ 25 na ocasião do lançamento.

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