COMEMORAÇÃO

Literatura brasileira em alta neste Dia Nacional do Livro

Anualmente comemora-se a literatura nacional no dia 29 de outubro. Faça um quiz e teste seus conhecimentos

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 29/10/2017 às 11:45
Foto: Diegro Nigro/ JC Imagem
Anualmente comemora-se a literatura nacional no dia 29 de outubro. Faça um quiz e teste seus conhecimentos - FOTO: Foto: Diegro Nigro/ JC Imagem
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Na estante repousam alguns livros de Clarice Lispector, outros de Machado de Assis, uns tantos de Jorge Amado, e Erico Veríssimo acompanhado de seu filho, Luis Fernando. Esperam também, ansiosos por ávidos leitores, muitas histórias e versos de Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Cristóvão Tezza, Cecília Meireles, Paulo Coelho, Milton Hatoum, Lima Barreto e Ana Cristina César. Não há dúvidas que muitas linhas poderiam ser preenchidas apenas com nomes de escritoras e escritores brasileiros, especialmente neste domingo (29), quando é comemorado o Dia Nacional do Livro.

E com a data há muito que ser celebrado. Internacionalmente falando, a literatura brasileira está em alta, pois além de vários brasileiros estarem como finalistas do Prêmio Oceanos (como SérgioSant'Anna, Elvira Vigna e Silviano Santiago), o paulista Julián Fuks venceu esta semana o Prêmio José Saramago. As conquistas também podem ser vistas em termos econômicos: após dois anos difíceis, a venda de livros voltou a crescer no Brasil.

 

Segundo números divulgados pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, SNEL, até agora foram vendidos 31,1 milhões de livros em 2017, contra 29,3 milhões em 2016.  Mas de que maneira se inserem os livros nacionais nesse panorama? E quais ainda são os desafios do mercado editorial no Brasil?

Nesses meses de retomada, nasceu também uma nova editora nacional, a Todavia, fundada por funcionários recém-saídos da Companhia das Letras - uma das maiores editoras nacionais. No mercado há quase três meses, a caçula do mercado editorial já lançou dez títulos, como a biografia de Belchior, Apenas um Rapaz Latino-Americano, de Jotabê Medeiros, e os diários de Ricardo Piglia no recém-lançado Anos de Formação.

“Acho que um desejo natural depois de anos trabalhando nomercado editorial de ter a própria editora. Somos um grupo bastante coeso, que gosta de rabalhar junto e que encontrou investidores dispostos”, explica um dos editores da Todavia, Flávio Moura. Para ele, o principal desafio do mercado editorial ainda é o da carência na formação de leitores.

“Temos 44% da população que não tem o hábito de ler, ou seja, quase cem milhões de pessoas. O maior desafio é trazer os brasileiros para o universo dos livros, que é infintamente diverso”, avalia. “Do ponto de vista mais prático, é desejar que haja mais diversificação e espaço pata as editoras pequenas e médias.”

Saindo de São Paulo, sede da Todavia, e seguindo para o Rio de Janeiro, a pequena editora Confraria do Vento tem, entre seus editores, uma pernambucana. Karla Melo entrou na sociedade em 2009, cinco anos após a fundação da empresa. “A distribuição de livros é muito cara aqui e para nós, que somos uma editora pequena que não trabalha com best seller é ainda mais difícil”, analisa Karla. Dentre os autores editados pela Confraria é possível encontrar os conterrâneos Fernando Monteiro, Nivaldo Tenório e Rejane Gonçalves.

A tão falada crise econômica que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos é inegável e não poupa o setor literário. Mas, para Karla, o maior problema do mercado de livros também é o da lacuna no incentivo à leitura. “Como instigar nossas crianças a ler mais se os adultos dentro de casa não cultivam esse hábito?”, questiona. “Passar o dedo no celular não é ler. Ler é também desenvolver um senso crítico a partir do que se tem em frente dos olhos.”

LIVRO DIGITAL

Quando os e-readers e e-books começaram a surgir no mercado brasileiro, muito se falou sobre como os livros digitais iam tomar o espaço das publicações impressas. Além dos números apontarem para um cenário bastante diferente, esta parece ser mais uma análise fatalística comum quando surgem novas tecnologias - como aconteceu com o embate radio versus televisão.

Atualmente, o faturamento total com conteúdo digital representa apenas 1,09% do mercado editorial brasileiro. Os números são do Censo do Livro Digital de 2017, realizado pelo SNEL. Karla Melo acredita que essa parcela ain da pequena de leitores que preferem o formato digital tende a crescer muito nos próximos anos no Brasil. “ Mas sem extinguir os livros”, acrescenta.

Os rumos do campo literário nacional também inclui o mercado digital para Flávio Moura. “Quatro ou cinco anos atrás se falava que o livro impresso iria ser tomado pelo livro digital. Os dados ainda são pequenos não só aqui como também em outros países, apesar do crescimento do digital lá fora ser bem maior.”

Para ambos os editores, apesar de seus respectivos campos de atuação estarem bastante definidos e distintos, o futuro do livro no Brasil aparenta ser positivo e crescente, digno de uma trilogia de romances épicos. E o desejo de todos os amantes da literatura nacional é de que sua produção continue prolífera e sendo celebrada para além deste dia 29 de outubro.

Promoção - A Livraria Saraiva realiza neste domingo (29) uma ação promocional para comemorar a data do Dia Nacional do Livro. A ação faz parte da campanha Livro é na Saraiva: o melhor da literatura está aqui. Descontos de a partir de 20% em todo o catálogo de livros nas lojas físicas da rede e no Lev, o e-reader da rede de lojas, estão sendo aplicados.

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