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Com criação tripla, 'Lua, Noite e Dia' ganha lançamento no Recife

A obra, criada por André Neves, Luciano Pontes e Fábio Monteiro, surgiu de um reencontro de três amigos

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 02/08/2019 às 16:00
André Neves/Divulgação
A obra, criada por André Neves, Luciano Pontes e Fábio Monteiro, surgiu de um reencontro de três amigos - FOTO: André Neves/Divulgação
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O ilustrador André Neves e os escritores Luciano Pontes e Fábio Monteiro se conheceram quando todos ainda moravam no Recife. Muitos anos depois, em um reencontro no Sul do País, André mostrou aos amigos os desenhos que fez para um livro infantil nunca concluído, em que ficaram faltando os textos. A partir dessas imagens, Luciano e Fábio ficaram com o desafio: cada um criaria uma história inspirada pelas ilustrações.

Veio desse “caminho invertido” o livro Lua, Noite e Dia, publicado pela Editora Paulinas. A obra vai ser lançada neste sábado (3/8), a partir das 10h, na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, com uma conversa com Fábio e Luciano, intervenção musical de Samuel Lira e exposição dos originais das ilustrações. A entrada é gratuita.

Lua, Noite e Dia traz duas histórias dentro de si. A primeira, contada por Luciano, trabalha a amizade entre a noite e o dia, aqui dois garotos com suas brincadeiras e imaginações. Fábio, por sua vez, olho para a dualidade dos períodos através do personagem de Fernando Pessoa – também multifacetado, como um poeta de heterônimos.

“Sempre construímos imagens, quer ser pela narrativa verbal ou visual. As imagens do André Neves me inspiram muito. A narrativa estava presente em vários aspectos, até porque eram ilustrações de um livro que naufragou feito por um outro escritor famoso. Não sabia da história anterior, apenas deixei o olhar brincar nas possibilidades poéticas da narrativa”, conta Luciano.

Para ele, foi uma boa experiência de um processo "invertido" de criação, com a obra nascendo das imagens, e não do texto. “Por também ilustrar, o meu processo de criação tem achado novas possibilidades criativas. Acho que esse processo foi similar como na música, onde a melodia inspira a letra e vice e versa”, opina o autor, também curador do do Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns.

AMIZADE

Segundo Luciano, partir das imagens ajudou a tornar o texto mais poético. como em um livro ilustrado, em que é impossível separar ilustrações do texto. Já a narrativa de Fábio ficou como um texto com ilustrações. Como André relata no livro, foi um trabalho permeado pela amizade: “Nós nos encaramos com maturidade, sabíamos da delicadeza do processo que nos desafiava como artistas da palavra e da imagem. Nosso elo de amizade se fortaleceu pela criatividade e fantasia em cada um”.

Luciano completa sobre a amizade. “Somos amigos de longas datas, a arte nos uniu. Admiramos e celebramos as conquistas de todos. Somos crias do subúrbio e arte foi sempre o nosso vício. Foi um processo desejado e que chegou em um momento de muito amadurecimento. Interferimos em tudo, numa construção partilhada. Isso também foi mágico, pensar a integridade do projeto. Infelizmente não conseguimos a liberação das citações poéticas do Fernando Pessoa. Mas ele está presente de muitas formas”, conclui o coautor.

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