O poeta Carlos Pena Filho, que teria completado 90 anos em 2019, é homenageado hoje por pesquisadores e artistas contemporâneos que, de alguma maneira, tiveram suas vidas atravessadas pelos versos do pernambucano. O evento Entrar no acaso e amar o transitório – 90 anos de Carlos Pena Filho acontece nesta quinta-feira (12), no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), a partir das 16h, com realização da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE) e apoio da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).
A celebração de uma efeméride sempre nos faz questionar sobre a atualidade da obra reverenciada. Para Beto Azoubel, coordenador de Literatura da Secult-PE/Fundarpe, a tônica da contemporaneidade dos poemas de Carlos Pena Filho está presente na programação, aliada ao diálogo da literatura com outras linguagens artísticas. “Vamos ter performance, exibição audiovisual, debates e até lançamento de livro. Vai ser um momento único e pluridisciplinar ”, explica.
A abertura fica por conta de Januária Finizola com a performance Sobre Mosaicos Azuis, seguida do curta-metragem Palavra Plástica, de Léo Falcão. O cineasta também compõe a mesa Deixe levá-lo a correnteza – Carlos Pena Filho e a criação contemporânea, junto com a figurinista Joana Pena e o músico André Rosemberg. O segundo debate, Para fazer um soneto – Carlos Pena Filho e a sua Literatura, conta com a presença dos autores Paulo Gustavo,Samarone Lima e Luiz Otávio Cavalcanti. Este último, inclusive, vai encerrar as comemorações com o lançamento de Uma poesia social: Carlos Pena Filho.
Ao se deparar com o vigor e a extensão da obra do poeta pernambucano, é difícil imaginar que ele viveu apenas 31 anos: Carlos Pena Filho morreu em julho de 1969, em um trágico acidente de carro. Ao longo da década de 50 ele publicou seus únicos quatro livros: O Tempo da Busca, Memórias do Boi Serapião, A vertigem Lúcida e Livro Geral. Um de seus poemas mais conhecidos é o Soneto do Desmantelo Azul e foi ele que fez Samarone Lima não apena se debruçar sobre sua obra como também dar nome ao seu Sebo Casa Azul, localizado em Olinda. “A poética dele não envelheceu e cada nova geração de poetas vai reverenciando-o. Irei compartilhar no evento algumas leituras que venho estudando desde os anos 90”, ressalta. A entrada é gratuita.
