Bronzeamento com fita

Tendência de bronzeamento com fita adesiva vira febre para esse verão

A menos de um mês da chegada do Carnaval, muitas pessoas recorrem à fita para conquistar o bronze perfeito

Maria Eduarda Bravo
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Maria Eduarda Bravo
Publicado em 14/01/2018 às 9:00
Filipe Jordão/JC Imagem
FOTO: Filipe Jordão/JC Imagem
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Os biquínis tradicionais viraram coadjuvantes na estação mais quente do ano. O recente videoclipe da cantora Anitta, 'Vai malandra', que já ultrapassou mais de 125 milhões de visualizações no Youtube, anunciou um bronzeado bem malandro para o verão de 2018. No clipe, a cantora surge com biquíni feito com fita adesiva. Por esta razão, várias pernambucanas criaram coragem para aderir à moda da 'marquinha perfeita'. Alguns espaços de beleza já realizam este procedimento no Grande Recife e garantem que o novo tipo de bronzeamento é um sucesso. A menos de um mês da chegada do Carnaval, muitas pessoas recorrem à fita para conquistar o bronze perfeito.

  

O bronzeamento com fita adesiva nasceu em Goiás, há mais de 20 anos. Depois de se popularizar no Centro Oeste, foi copiado no Rio de Janeiro, em cima da laje, aquele visto no videoclipe de Anitta, e ganhou fama.

Na internet, vários vídeos ensinam como fazer. Mas a dica é procurar uma ajuda profissional. Há cerca de dois anos, a esteticista Eliza Cristina dos Santos, conhecida como Eliza 'Bronze', assistiu a um vídeo no Youtube e buscou trazer o serviço para Pernambuco. "Muitas das minhas clientes vêm de Olinda, mas também tem do Recife, Caruaru e até de Garanhuns”. Após isso, ela percebeu a procura das pessoas por este tipo de procedimento e resolveu investir: realizou diversos cursos de estética e montou o espaço onde realiza este tipo de bronzeamento.

Procedimento

No bairro de Ouro Preto em Olinda, o serviço é oferecido no próprio quintal da casa de Eliza. Começa com o cadastro da cliente e a verificação sobre o tom da pele. Logo após ocorre uma análise para saber se será possível realizar o procedimento. É importante ressaltar que cada tipo de pele precisa ter um cuidado. "A pele clara fica 30 minutos no sol, de cada lado. Já a pele morena , fica 40 minutos de cada lado", explica Eliza. Após o cadastro, é realizada uma esfoliação no corpo, em seguida um banho de lua que descolore todos os pelos. Posteriormente, a parte mais trabalhosa e esperada, começa, que é o momento de montar o biquíni da forma que a cliente preferir. "A cliente pode escolher a forma que quer o bronzeamento, a posição desejada e até a cor da fita", continua.

Depois de todo esse processo, a cliente vai para sol e a profissional passa um protetor solar e um bronzeador, à base de parafina. São vários modelos e espessuras diferentes de fita.

 

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As clientes precisam realizar esfoliação na pele antes do banho de sol. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Após o processo da esfoliação, as mulheres tomam sol adequado para o tipo de pele. - Filipe Jordão/JC Imagem
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As clientes tomam suco para hidratar a pele. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Durante o procedimento, é necessário banho de mangueira. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Durante o procedimento, é necessário banho de mangueira. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Mulheres tomam sol com fita adesiva no lugar do biquíni, no quintal. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Cada tipo de pele terá um momento e um horário do dia para realizar o bronzeamento. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Várias clientes estão realizando o procedimento para divulgar no Carnaval. - Filipe Jordão/JC Imagem
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Mulheres tomam sol com fita adesiva no lugar do biquíni, no quintal, no quintal de Eliza. - Filipe Jordão/JC Imagem

 

A esteticista alerta que é importante ressaltar que a exposição ao sol não pode passar de 40 minutos. Durante este tempo, as profissionais vão jogando água e um produto para deixar o bronze mais bonito. "Tem produto adequado para cada tipo de pele". Durante todo o processo, a clientela recebe hidratação, através de líquidos, como sucos e água e pela manhã, se é recomendado tomar um café da manhã reforçado.

De 10 em 10 minutos, é essencial receber um jato de água sobre o corpo para não desidratar. Para o bronze pegar em toda a região do corpo, Eliza esclarece que a pessoa precisa ficar em quatro posições diferentes da frente do sol, durante todo o momento, é aplicado mais bronzeador e protetor, além da regagem com água direto da mangueira. "Tomamos cuidados e sempre orientamos a cliente a continuar se hidratando após a sessão". Cada sessão custa a partir de R$ 70. 

A curiosidade da duração do bronzeamento impressiona até as clientes. A estudante Cynthia Sibelle, de 20 anos, sai da Bomba do Hemetério para pegar o famoso bronze há cerca de um ano e afirma que se deixar, o bronze nunca sai. "Ele dura muito, já que eu sempre realizo os procedimentos. Quando é inverno, eu ainda estou com a marquinha e todas as pessoas perguntam onde me bronzeei", explica a cliente fiel.

Várias clientes já se preparam para o Carnaval deste ano, para revelar a marquinha 'em linha reta'. "No carnaval, muitas meninas vão muito para casa de praia, vão para blocos, então elas começam a procurar o nosso procedimento", comenta Eliza.

A modelo Fernanda Dias, de 24 anos, há mais de um ano aderiu o bronzeamento e garante a marca bem retinha no corpo. "Eu já viciei, eu estou sempre aqui. A minha marca dura bem mais tempo, uns dois a três meses porque faço com bem mais frequência", diz Fernanda. Ao fim ela garante que ninguém se arrepende. E pro Carnaval garante: "Eu já estou preparada, só venho para dar aquele pequeno retoque, porque a marquinha já está perfeita", diz Fernanda aos risos.

Dermatologista explica os riscos e recomenda cuidados com a pele

A dermatologista Márcia Horowitz, membra da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que o novo procedimento de bronzeamento natural com fita adesiva não é recomendado pela diretoria sem os devidos cuidados. E que sem cautela, pode chegar a trazer riscos à saúde.

Deve-se ter cuidado com os tipos de fita adesiva, já algumas fitas, como a isolante, algumas pessoas podem adquirir alergia à fita ou a própria cola. "Essa cola pode chegar a derreter por causa das altas temperaturas, e com isso, na hora de remover a fita, ela pode arrancar junto a pele, deixando manchas ou feridas na pessoa", alerta. 

Márcia orienta que mesmo usando protetor solar, a pessoa deve evitar se expor muito tempo ao sol, pois é grande o risco de se queimar e desenvolver. "A longo prazo existe também o envelhecimento da pele, mesmo fugindo daquele horário de 10 horas até às quatro da tarde, que é o horário que vai queimar a pele. Antes e após esse horário, vai haver o raio UVA e ele será importante para o envelhecimento da pele", explica a doutora e professora do ambulatório de dermatologia da UNINASSAU.

Janeiro é o mês mais quente do ano, mesmo assim, o sol não deve se tornar um inimigo. Contudo, o uso de protetor solar é essencial. "O protetor solar tem que está acima de 30 e ser sempre reaplicado, uma vez que a pele sua, e o próprio protetor vai perdendo a proteção", exalta. Márcia ainda explica que é importante que seja reaplicado a cada duas horas, no caso de uma fator 30 e também reaplicar se entrar no mar ou na piscina.

Outras formas de conquistar a famosa 'marquinha'

Para aquelas pessoas que não desejam se arriscar com a fita adesiva, existem outros tipos de se conquistar o bronze 'perfeito'. A dermatologista Márcia Horowitz apresenta outros métodos que as pessoas conseguem ganhar a mesma tonalidade do sol.

Uma delas é o bronzeamento a jato, que diversas clínicas de estética oferecem. A outra forma seria a de hidratantes com autobronzeador. "Esses bronzeadores vão conter substâncias que vão agir na camada superficial da pele e acabar ganhando a mesma tonalidade de bronzeamento no sol", ressalta.

  

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