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Nem a chuva para o APR Club

Abertura do festival contou com ótimas apresentações, mesmo com o palco alagado

Schneider Carpeggiani
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Schneider Carpeggiani
Publicado em 11/04/2011 às 13:05
Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Abertura do festival contou com ótimas apresentações, mesmo com o palco alagado - FOTO: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Ainda bem que nem todo mundo é Lobão, a Susana Vieira do pop-rock nacional. O homem que ostenta, orgulhoso, ter vivido 50 anos à mil ficou “brabinho”, deu piti e cancelou sua apresentação na Concha Acústica, quinta passada, porque não entendeu que no Recife tempestades fazem parte do pacote dessa Quaresma climática-emocional que é o mês de abril. Lobão faz tanta cara feia para dizer que é rock and roll, mas rock and roll c'est moi. Ou melhor: somos todos nós que, mesmo ensopados, vamos em frente. Sábado à noite, o show do Cérebro Eletrônico, no APR Club, corria legal, som OK, gente cantando de olhinhos fechados letras sobre amores eletrônicos e outras psicodelias menos cotadas, até que começou a chover, não apenas fora, mas também dentro do Casarão (no Bairro do Recife). E o palco começou a ficar alagado.

A apresentação foi interrompida por longos 40 minutos, mas o grupo voltou e o público pequeno, mas fiel, retomou o ritual de cantarolar com olhinhos fechados e mãos ao alto. Devido à tempestade, o show do Volver (sua última apresentação em casa antes do retorno a São Paulo) começou bem tarde. Foi notável não só a (grande) empatia do Volver com seus fãs quanto o fato do grupo ter feito a faixa etária do APR Club baixar vertiginosamente, em comparação à sexta-feira. Detalhe curioso: o Volver tem uma música chamada Acima da chuva. Vale ressaltar que, apesar do “chove aqui dentro”, a estrutura do casarão que abriga o APR Club é boa: banheiros limpos, bar eficiente e aquele uísque que custa os olhos - e o resto - da cara por aí sendo vendido por inacreditáveis e ótimos R$ 6. Segundo a produção do APR, medidas serão tomadas para que o festival a estrutura do espaço continue tal e qual o Volver, acima da chuva. O APR Club segue até o final do mês.

Na sexta, o festival iniciou seus trabalhos com a dobradinha do hip hop da Sacal e do pop de rabeca do Zé Cafofinho & Suas Correntes, que mostrou total afinação do público com a proposta do seu show A dança da noite.

SÁBADO - A segunda noite do Abril pro Rock ratificou o comportamento de edições anteriores: o dia de metal, punk-rock e hardcore é sempre de grande público. No sábado, os camisas-pretas lotaram o Chevrolet Hall para bater cabeça ao som das guitarras e baterias pesadas. 

A primeira atração a subir ao palco foi a pernambucana Vocífera. O grupo, formado apenas por mulheres, com som forte do death metal, tocou suas músicas com base em trabalhos de referências do estilo, como o alemão Sodom. Depois delas, se apresentaram a também pernambucana Kriver, de heavy metal, com o show de seu EP Torrential; e a banda Kataphero, do Rio Grande do Norte, veio em seguida.

O público, que até então ainda estava tímido, começou a se soltar mesmo na eletrizante apresentação dos americanos do Fang. Depois, quem agitou a noite foi a banda brasiliense DFC.

Os pernambucanos dos Devotos foram um dos destaques da noite. Depois de 12 anos sem se apresentar no APR, Cannibal e seu grupo colocaram os camisas-pretas para bater cabelo e fazer roda de pogo.

Dead Kannedys tocaram logo depois, num show bem agitado, baseado nos discos clássicos lançados nos anos 1980. O repertório só tinha sucessos. Carismático, o vocalista Klaus Flouride ousou até algumas palavras em português.

Outra atração esperada foi o ex-Viper e ex-Angra André Matos. Ele fez um show solo (no ano passado esteve no Recife para show comemorativo de Viper) e cantou sucessos das bandas das quais fez parte. Antes dele, tocaram a alemã Sodom e a gaúcha Krisiun.

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