O Ratos de Porão é uma instituição da música brasileira. O grupo completa três décadas de muito som nas caixas e punkadaria generalizada. Recém-chegado da Europa, onde tem público certo e sabido, a RDP aterrissa esta sexta-feira (3/6) em Olinda para iniciar uma turnê comemorativa à efeméride. O show é no Mercado Eufrásio Barbosa, com participação de bandas pernambucanas destacadas na cena pesada local: Rabujos, Miami Device e Infested Blood esquentam a plateia, a partir das 20h, para o punk/hardcore de João Gordo & cia.
João Gordo (vocais), Jão (vocais, guitarra), Boka (bateria) e Juninho (baixo) é a atual formação da banda. Jão, e não João Gordo, é o mais antigo integrante da RDP. Ele, com um primo, Betinho (baterista), e um amigo, Jabá (baixo), formaram o grupo em 1981. Por essa época roqueiro no Brasil deixava de ter cara de bandido. Mas punk, não. Naquele tempo punks e a turma do metal pesado tinham uma visão apocalíptica do mundo. Era comum festival antinuclear, por exemplo. O primeiro festival importante de que participou os Ratos de Porão foi O Começo do Fim do Mundo, que se tornou um marco para o movimento punk paulista, e do Brasil.
João Francisco Benedan, João Gordo, aproximou-se da banda na hora certa. O grupo gravava para uma participação na coletânea SUB. Em 1984, no primeiro LP da RDP, João Gordo já era o principal vocalista. Crucificados pelo sistema é um álbum literalmente histórico: o primeiro de uma banda punk da América Latina. Depois deste disco João Gordo deixou a banda. Voltou em 1986 para o álbum Descanse em paz, no qual mesclava punk com thrash metal. O resto é história do punk nacional.
O grupo consolidou carreira também na Europa com o lançamento na Holanda de Cada dia mais sujo e agressivo e virou referência para as bandas do gênero que foram surgindo no Brasil.
A RDP faz hoje um apanhado de seus 30 anos de carreira, um show diferente do que apresentou no Abril pro Rock 2010.