Música

Por que parou? Voltou por quê?

Bandas ícones dos anos 1980, como RPM, Kid Abelha e Barão Vermelho, retomam carreiras

AD Luna
Cadastrado por
AD Luna
Publicado em 22/06/2011 às 6:00
Foto: reprodução/Instagram
FOTO: Foto: reprodução/Instagram
Leitura:

Montado no Bairro do Recife, o Arraial da Tomazina recebe sábado o show que marca a volta aos palcos da banda pernambucana de hardcore Os Cachorros. A última apresentação aconteceu há três anos, no Festival Pré Amp. No repertório, o quinteto formado por Ajax (vocal), Téo Holanda (bateria), Paulo PA (guitarra), Adriano 666 (guitarra) e Guga Soares (baixo), tocará pedradas dos seus dois primeiros CDs e versões de músicas do Hatebreed e Queens of the stone age. Mas, por que o grupo parou? Segundo Ajax, 36 anos, problemas sérios de saúde que o acometeram forçaram a pausa. E voltou por quê? Além da recuperação e da vontade de tocar ao vivo, o músico aponta certa onda colorida que tomou conta do pop nacional como incentivadora do retorno. “Tá tudo muito bonitinho, arrumadinho. Rock não é isso! Rock é sujo, é agressivo. Rock é dos camisas-preta!”, dispara. Até o fim do ano, a banda deve lançar o novo álbum Satori em Olinda. O título é inspirado no livro do escritor americano Jack Kerouac Satori em Paris.

Outros grupos de Pernambuco deixaram um pouco o ostracismo de lado e resolveram se reunir nem que fosse para aparições relâmpago. Entre os principais casos, dois representantes dos anos 1990. Os headbangers do Caco de Vidro fizeram um único show, em abril, no Bomber Rock Bar, no Bairro do Recife. Perto dali, na Rua Tomazina, a divertida Paulo Francis Vai pro Céu matou a saudade dos fãs e amigos tocando no pré-Reveillon do bar Burburinho, em 2010. Por enquanto, ficou só nisso. “Paulo Francis nunca acabou oficialmente. A gente brinca dizendo que faz shows de cinco em cinco anos. Estamos mais preguiçosos. Mas, sim, há a possibilidade de retomar as atividades, porque a gente ainda se diverte tocando juntos. É meio gay dizer isso, mas rola uma química entre a gente, uma coisa de pele, sei lá”, diverte-se o vocalista André Balaio.

Pela internet, em redes sociais como Facebook, admiradores nostálgicos ou gente mais nova revelam desejo e curiosidade em ver bandas pernambucanas já extintas voltarem à ativa. Entre os nomes mais falados estão o Textículos de Mary e o Fire Worshipers. A primeira, que acabou em 2004, apostava num punk rock recheado por letras homoeróticas e performances cheias de palavrões, simulações de atos sexuais gays e escatologia. Os Textículos chegaram a lançar um CD (Cheque Girls, Deckdisc) e, no início dos seus shows, costumavam lançar a pérola alusiva a um dos motes do pessoal do manguebeat: “Se caranguejo pode ter cérebro, por que frango (gíria recifense para homossexual) também não pode?”. Mas não há notícias sobre um possível recomeço do polêmico grupo.

Entre 1984 e 1992, Fire Worshipers encantava admiradores do heavy metal com seu som bem trabalhado, pontuado por diversas mudanças de ritmos e andamentos. Há poucas semanas, músicas do trio gravadas em uma fita K7 de demonstração (fita demo), foram disponibilizadas na internet e reforçaram os pedidos pela volta. Enquanto o vocalista, guitarrista e fundador Fred Herbaud não atende aos pedidos dos fãs, integrantes de outros grupos planejam um tributo ao Fire Worshipers. Ainda no universo do metal, três bandas caruaruenses, formadas nos anos 1980, voltaram recentemente: Storms, Psych Acid e Extreme Death.

Partindo para o mainstream nacional, os grupos RPM, Barão Vermelho e Kid Abelha, ícones dos anos 1980, estão retomando os trabalhos. Depois de quatro anos, o trio integrado pela bela Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato reiniciou temporada de shows em abril e deve lançar DVD ao vivo em comemoração a seus 30 anos de carreira. Longe dos holofotes desde 2007, o Barão Vermelho planeja fazer uma série de shows e celebrar, assim como o Kid Abelha, três décadas de vida, em 2012. Os cariocas até foram convidados a participar da edição do Rock in Rio deste ano, mas resolveram guardar munição para mais tarde.

Já RPM, até hoje o maior fenômeno do pop rock brasileiro, voltou a se reunir no início de 2011. Após quase oito anos de desencontros e desentendimentos, a concórdia voltou a reinar entre os membros originais Paulo Ricardo (vocal e baixo), Luiz Schiavon (teclados), Paulo P.A. Pagni (bateria) e Fernando Deluqui (guitarra). Ao contrário dos regressos anteriores (1993 e 2002), este aparenta estar assentado em bases mais sólidas. O quarteto inaugurou a nova fase na Virada Cultural de São Paulo, em abril. Ainda na capital paulista, apresentou-se para casa cheia no Credicard Hall, em maio, e no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, neste mês. No site www.rpm.art.com foram disponibilizadas quatro músicas de Elektra, disco a ser lançado em agosto.

Leia a matéria completa nesta quarta (22) no Jornal do Commercio.

Últimas notícias