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Eduardo Dussek diverte aos outros e a si próprio no Recife

Cantor mostrou em espetáculo empolgadíssimo numa casa da Zona Sul o repertório de seu novo DVD

Fabiane Cavalcanti
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Fabiane Cavalcanti
Publicado em 05/08/2011 às 14:01
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Eduardo Dussek não apareceu de fraque e cueca no show de quinta-feira (4) à noite no Manhattan Café Theatre, em Boa Viagem. Não precisou. Seu bom humor, caras e bocas são suficientes para divertir a plateia.
Dussek é show é quase uma stand-up comedy. A diferença é que o protagonista está acompanhado de um piano e intercala suas histórias de humor com músicas que se tornaram clássicos da sátira política e social brasileira nos anos 1980. Alô, alô, Brasil abre o espetáculo.

O fraque e a cueca ficaram somente para o DVD, gravado em 21 de junho e anunciado como o primeiro de sua carreira. "Isso foi coisa da gravadora. Já gravei uns dois ou três, mas a verdade é que todos foram um fracasso", conta. Elogia o Recife, o público, a casa. Passa o show brincando com o nome do Manhattan, exagerando na pronúncia em inglês. E interagindo com uma senhora da primeira mesa. No fim se levanta, vai até lá e dá um abraço nela.

Com histórias - algumas um pouco óbvias e compridas, é verdade, mas não menos divertidas­ - introduz suas músicas. Faz uma versão engraçada em inglês de Cantando no banheiro. Para abrir o Rock da cachorra, convida o público a latir. Mesmo com a lotação da casa pela metade, aparece cachorro de toda raça. Ele vibra e todo mundo canta junto.

O fado Pilosofia vurtuguesa, cantado com o devido sotaque português, é divertidíssimo. Apresenta a marchinha Politicamente incorreta, gravada com Preta Gil no DVD - que também tem a participação de Ney Matogrosso e será lançado até o fim do ano.

No show ainda faz piada da própria carreira. Lembra que sempre adorou marchinhas e com o espetáculo Carmem Miranda, que fez nos anos 1990, começou a perceber que seu público estava ficando da terceira idade. "Chegavam de van para o show. E bebem, viu? Aí corri para o Facebook, Twitter...", brinca, para tirar onda da própria idade: "Estou em algum lugar entre os 50 e a morte". Não revela que tem 54 anos.

Em quase uma hora e meia de show, não dá pra desgrudar o olho daquela figura performática. Os auges, claro, são os clássicos. Barrados no baile, Nostradamus... Pedem a romântica Cabelos negros e ele revela a gripe até então bem disfarçada pelo forte sotaque carioca e a voz anasalada. "Essa é difícil, não sei se consigo." E canta num tom mais baixo, mas sem uma única desafinada.

No fim, já rouco, vem Folia no matagal, a antológica Doméstica e por último, uma homenagem a Noel Rosa, com As pastorinhas. Dussek não precisou do fraque e da cueca (estava de calça, camisa, gravata e blazer bem discretos). Ele é diversão pura.

O cantor volta a se apresentar esta sexta-feira (5), às 21h, no Manhattan Café Theatre (Rua Francisco da Cunha, 881, Boa Viagem. Fone: 3325-3372) . Mesas para quatro pessoas: R$ 320.

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