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Metallica, o U2 do heavy metal, é dissecado em nova biografia

Ouça primeira gravação da banda americana, registrada em 1982

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 14/04/2012 às 6:02
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“O U2 do heavy metal!” A frase do baixista David Ellefson, integrante do Megadeth, transmite bem a dimensão do que se transformou, em 30 anos de carreira, seus contemporâneos e colegas de estilo musical: o Metallica. De grupo de garagem, o quarteto cresceu imensamente. Já vendeu mais de 100 milhões de discos, ganhou nove prêmios Grammy, influenciou e continua influenciando milhares de bandas planeta afora e lota estádios por onde passa. O jornalista britânico Mick Wall descreve com maestria detalhes da história do quarteto no livro Metallica - A biografia (Editora Globo Livros).

Wall disseca a banda fundada e liderada pelo baterista dinamarquês Lars Ulrich e pelo guitarrista e vocalista norte-americano James Hetfield, ambos com 49 anos de idade.

Uma dos qualidades da obra são os perfis psicológicos dos integrantes do Metallica traçados sem pudores, em especial os de Ulrich e Hetfield. O primeiro, filho de pais bem-sucedidos profissionalmente, impressiona por seu apurado senso para os negócios (herdado da mãe), obstinação, personalidade forte e controladora, combinados com boas doses de arrogância.

Durante sua adolescência, a paixão de Lars pelo metal era tão intensa a ponto de ele pegar um avião dos Estados Unidos (para onde se mudou com a família aos 16 anos) até a Inglaterra com o intuito de conhecer os integrantes do Diamond Head.  O grupo - juntamente com o Iron Maiden, Def Leppard e Saxon - fazia parte da então emergente cena do início dos anos 1980 apelidada de NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), que aliada à sujeira e velocidade do Motörhead e de referências punk e hardcore ajudaram a forjar o thrash metal. Novo estilo criado pelo Metallica, como o livro dá a entender.

Ouça primeira gravação do Metallica, registrada em 1982. Com Lloyd Grant, na guitarra solo; Ron McGovney, no baixo; Ulrich, bateria; Hetfield, voz e guitarra


James Hetfield era um cara frágil e desconfiado. Características causadas, provavelmente, devido à sua relação conturbada e pouco afetiva com seus pais, que eram cristãos fanáticos. A sua outrora insegurança e pouca habilidade vocal quase o impediu de ser o hoje carismático e afiadíssimo frontman da banda.

Apesar de suas mais de 400 páginas, a leitura de Metallica - A biografia é bastante fluida, agradável, rica em informações direta e ótima capacidade de contextualizar todos os períodos e cenários musicais nos quais a banda esteve inserida.

Bastante interessante também é a descrição do papel exercido pelo grande baixista Cliff Burton. O músico gravou os três primeiros discos da banda, incluindo aí a obra-prima Master of puppets e era tido pelos outros integrantes como o pilar emocional do Metallica. Fã de artistas como R.E.M, Yes, Velvet Underground, ZZ Top e Bach, Burton ampliou os horizontes musicais do grupo.

Sua morte prematura, aos 24, em um acidente no ônibus que transportava o grupo em turnê pela Europa, no mesmo ano em que o Master foi lançado, 1986, abalou profundamente os outros músicos.

Assista a show completo do Metallica, gravado na Suécia

Leia a matéria completa no Caderno C deste sábado (14).

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