O grupo americano de thrash metal Exodus fechou a já tradicional noite dos sons pesados do Abril pro Rock. Cerca de sete mil pessoas (duas mil a mais do que no ano passado) compareceram, neste sábado (21) ao evento, em Olinda. A organização se mostrou quase perfeita no que se refere ao revezamento das bandas nos dois palcos armados no Chevrolet Hall. Houve poucos atrasos e, como já é comum em shows de metal, nenhum caso grave de violência foi registrado.
O público assistiu a uma excelente e divertida apresentação do Ratos de Porão. A banda de hardcore/thrash é bastante querida dos recifenses e soube responder à altura do carinho recebido. Músicas como Crucificados pelo sistema, Beber até morrer, entre muitos outros “hits” do grupo paulista com mais de 30 anos ganham ainda em peso e velocidade ao vivo. E é disso que o povo gosta.
Sem papas na língua, o vocalista João Gordo reclamou da (não) organização de outro festival nordestino no qual eles tocariam mas que, vergonhosamente, acabou sendo cancelado, neste fim de semana: o Metal Open Air, de São Luís (SP). O grupo paulista formado ainda por Boka (bateria), Juninho (baixo) e Jão (guitarra) até chegou a receber o cachê, mas nada de passagens e, assim como grande parte dos artistas nacionais e internacionais que se apresentariam no Maranhão, cancelou sua participação.
Vindos do México, os cabrones do Brujeria fizeram uma apresentação instigada e divertida que contou até com a participação de João Gordo, nos vocais. A comunicação com o público foi bastante facilitada devido à aproximação entre as línguas portuguesa e espanhola. Ao final do show, os músicos se despediram dos presentes ao de som mecânico de uma versão da Macarena, cujo principal refrão foi trocado por “Hei, marijuana”.
Depois do deboche sonoro do Brujeria, as atenções se voltaram para o palco ao lado. Liderada pelo carismático guitarrista Gary Holt, e formada nos 1980, a Exodus apresentou um show impecável, com repertório bem equilibrado em cima de músicas mais recentes e clássicos do passado. O único porém ficou para boa parte do público, que depois de soltar todos os demônios durante as apresentações anteriores e beber cerveja a noite inteira se mostrou com pouca força para interagir energeticamente com o thrash metal dos norte-americanos. No meio do concerto, já havia gente deitada pelo chão e outros tantos tinham ido embora.
Tocaram ainda, na mesma noite, os pernambucanos Pandemmy e Firetomb; Test e Leptospirose, de São Paulo; Cripple Bastards (Itália) e Hellbenders, de Goiás.
Até pouco antes do final do show do Exodus não havia sido registrada nenhuma ocorrência policial no local e nem emergências médicas relevantes.
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