Metal

Banda de metal formada só por garotas estreia nos palcos

Vocífera toca neste sábado (3) no Bairro do Recife

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 02/11/2012 às 6:03
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Não é difícil perceber que o universo do metal sempre foi dominado no palco majoritariamente por homens. Entretanto, nas últimas décadas esse cenário tem passado por transformações com maior presença de mulheres em shows e tocando em bandas. Hoje, somadas a veteranas como a cantora alemã Doro Pesch, 48 anos, temos figuras de destaque internacional como a finlandesa Tarja Turunen; Angela Gossow, do Arch Enemy; Cristina Scabbia, do Lacuna Coil; Floor Jansen (ex-After Forever, atual Nightwish). No Brasil, a também cantora Dani Nolden tem chamado atenção à frente do paulista Shadowside, assim como o trio feminino Nervosa, também de São Paulo. No Recife a novidade é a Vocífera, provavelmente a primeira banda de death/thrash metal composta inteiramente por garotas na cidade. No sábado (3) à noite, elas fazem sua estreia nos palcos, dividindo a noite com os marmanjos do The Ax e Lepra, de Pernambuco, e Kataphero, do Rio Grande do Norte.

Formada há pouco mais de um ano por Marcella Tiné, 25, bateria; Angela Metal, 27, vocal; Lidiane Pereira, 26, guitarra; Erika Mota, 25, guitarra; Amanda Salviano, 20, baixo, a banda aproveita a ocasião para lançar seu primeiro EP (homônimo), com duas músicas, que podem ser ouvidas no site https://soundcloud.com/vociferametal .



“Eu, Viviane e Érica tocamos juntas em outra banda, Vulvas em Transe, que era mais hardcore. Conhecemos Angela em seguida. E passamos um tempo procurando baixista, até que Amanda entrou em maio deste ano”, conta Marcella. Entre as principais influências da Vocífera, estão artistas basilares na formação do death e do thrash metal mundiais como Slayer, Destruction, Kreator e Venom.

As faixas Hipocrisy e Corruption foram gravadas de maneira incomum. Ao invés de registrarem primeiro a bateria, como se faz normalmente, as moças gravaram as cordas e o vocal no home studio do guitarrista Pedro Santos, que programou batidas eletrônicas para que as meninas se guiassem. “Foram 11 horas de gravação, sem parar”, revela Marcella Tiné, que sua parte em quatro horas, no Estúdio Base, no bairro de Santo Amaro. A mixagem e a masterização ficaram a cargo do também músico Walman Filho (ex-baterista do Astronautas).



O resultado final impressiona. Aliado aos vocais cavernosos e doentios de Angela (o que para o estilo adotado por elas é um elogio), as guitarras e o baixo soam pesados, tenebrosos, porém bastante claros. A bateria de Marcella Tiné também não faz feio. As levadas muito bem construídas, com um bom trabalho no bumbo duplo (elemento bastante importante nesse tipo de metal mais agressivo), completam o tom de dramaticidade e tensão necessários para dar credibilidade ao caminho musical que o grupo resolveu trilhar.

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