Lançamento

Gilmar Bola 8 homenageia Chico Science em CD do Combo X

Músico elogiou seus companheiros da Nação Zumbi

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 02/02/2013 às 6:04
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“Abriu uma nova janela/ Quando o rei urbano chegou/ Falando de mangue o compositor/ Andando aqui na terra/ Sua ideia pregou”. O trecho é da música Rei urbano, que já ganhou um clipe disponível no YouTube, e é uma homenagem a Chico Science. Foi na lembrança do amigo e ex-companheiro de palco que Gilmar Bola 8, integrante da Nação Zumbi, buscou parte importante da motivação que o fez trabalhar na produção do primeiro disco do seu novo projeto, o grupo Combo X.

A ponte saiu via incentivo do Funcultura, foi produzido por Bactéria (ex-guitarrista e tecladista da Mundo Livre S/A), coproduzido pelo próprio Gilmar e por Eduardo BiD, músico e produtor paulista, responsável pela produção do clássico Afrociberdelia, lançado em 1996 por Chico Science e Nação Zumbi.

A oportunidade de se embrenhar por outros caminhos sonoros surgiu com a gradativa diminuição da agenda de shows da NZ, provocada principalmente pela dedicação dos músicos da banda a outros trabalhos. Dengue (baixo), Pupillo (bateria) e Lúcio Maia (guitarra) estão em turnê com a cantora Marisa Monte; Toca Ogan está gravando seu disco solo e Jorge du Peixe já está transitando pelos palcos com seu Afrobombas, que estreia em Pernambuco durante o Carnaval, em Olinda.

Gilmar Bola 8 diz que algumas das composições do Combo X são materiais não usados pela Nação Zumbi. Além dele, também cantam no CD A ponte Negro Nido e Nilo Baj; Alisson Bua, Dehlê Moura e Rinaldo Karimbó cuidam das percussões; os guitarristas são Bactéria (que também toca teclados), Bruno Freire e Djalma Rodriguez; André Negão é o dono das criativas e pulsantes linhas de baixo; o paulistano refugiado em Olinda há poucos anos Zymba é o trombonista.

Na bateria, Gilmar decidiu unir dois músicos do instrumento. “Juntei Bruno Quem Queira e o espanhol Carlos Pérez. É uma sonzeira. Acostumado a tocar na Nação Zumbi com três tambores e uma bateria, achei que o som ficava magrinho. Gosto daquele paredão sonoro que ajuda a balançar o esqueleto”, explica Bola 8. 

Assista à entrevista com Gilmar Bola 8

É interessante lembrar que o mago do funk James Brown, entre outros artistas e bandas do soul, também se utilizavam de tal expediente no passado. Talvez com a mesma intenção exposta por Gilmar.

Infelizmente, Alisson Bua não vai estar presente nos shows de lançamento do disco do qual participou. O percussionista morreu há alguns meses em um acidente. Além de Chico Science, o CD de estreia do Combo X é dedicado à sua memória.

No próximo dia 9, Combo X toca no Festival Rec-Beat. Palco que Gilmar Bola 8 conhece bem por conta de apresentações do Nação Zumbi. Os contatos para shows fora do Estado já se iniciaram. “A gente tá começando uma conversa com os Sescs de São Paulo, que é quem sustenta a cena pernambucana”, informa rindo.

Quando perguntado sobre seu estado de espírito diante do CD A ponte, Bola 8 abre um leve sorriso e diz que está ouvindo seu próprio trabalho há quase um ano. Incluindo aí os processos de gravação, mixagem, masterização. Nessa hora, o sorriso se expande e ele lembra de Chico Science. “Eu louco para que o cara tivesse aqui em matéria para eu dizer a ele: meu disco tá virando um disco gringo, Chico”, conta Gilmar referindo-se a conversas que tinha com Chico Science sobre o tempo que músicos estrangeiros dedicam a produções fonográficas.

Quanto à volta do Nação Zumbi, Gilmar explica que as decisões sobre as principais diretrizes do grupo não estão em suas mãos. “Quem toma conta da Nação é Jorge, Dengue, Pupillo. Eles que articulam tudo. Por isso que a Nação chegou onde chegou... Eles são muito bons no que fazem”, defende.

Leia mais no Caderno C deste sábado (2).

 

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