Morte

Chorão: sentimentos de pesar e desprezo pela morte do cantor

Charlie Brown Jr conseguiu conquistar fãs bastante fiéis e apaixonados

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 07/03/2013 às 6:01
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Alexandre Magno Abrão, o Chorão, nasceu em 6 de abril de 1970 em São Paulo, mas cresceu na cidade litorânea de Santos. Sua morte tem gerado desde ontem na internet comentários que vão da lamentação, tristeza, choro, angústia a manifestações de desprezo, ódio e satisfação. Curiosamente, esse conjunto de sentimentos contraditórios formam um espelho do que o próprio Chorão expressou em suas letras, entrevistas e atitudes, durante as duas últimas décadas dos seus 42 anos de vida.




Assim como acontece com outros ídolos do campo da arte, a paixão pelo esporte e pela música parece ter desviado o garoto Chorão do caminho da criminalidade precoce. Seus pais se separaram quando ele tinha 11 anos. A partir daí ele passou a viver com a mãe, que lutava para manter a casa fazendo e vendendo pastéis e comida caseira. Alexandre Magno tinha que sair para vender os produtos. 

Ao completar 14 anos, sua mãe sofreu um derrame e ficou bastante debilitada. Para aliviar o estresse, Chorão começou a andar de skate e participou de alguns campeonatos, chegando a ser vice-campeão paulista. Ele largou a escola na sétima série.


Em Santos, Chorão conheceu o baixista Champignon (na época com apenas 12 anos) e os dois formaram a banda What’s Up. Mais tarde, juntaram-se ao baterista Renato Pelado e os guitarristas Marcão e Thiago Castanho. Estava criada aí a base do Charlie Brown Jr., nome escolhido pelo próprio Chorão, em 1992.

O vocalista era o principal letrista da banda e responsável pelo conceito artístico do grupo – fortemente influenciado pelo funk rock de grupos como Red Hot Chilli Peppers, pelo rap, funk, reggae e pela cultura do skate.


O disco de estreia da banda, Transpiração contínua prolongada (1997), foi produzido por Rick Bonadio (que anos antes havia descoberto o Mamonas Assassinas) e já continha alguns dos principais hits da Charlie Brown Jr. como Proibida pra mim e Coro vai comê. O som e as letras carregadas por imagens juvenis e gírias paulistas caíram no gosto do público. Nos discos seguintes, os rapazes adotaram a mesma linha, conseguindo dessa forma manter um bom número de fãs, sempre fiéis. 

Os shows da banda eram marcados por boas doses de adrenalina e empatia com a plateia. Além da performance do vocalista, os fãs costumavam elogiar o desempenho dos sempre bons instrumentistas do Charlie Brown Jr, principalmente o baixista Champignon.

Temperamental e explosivo, Chorão chegou a dar um soco no rosto do músico Marcelo Camelo, da banda Los Hermanos, quando os dois grupos voavam para tocar em um festival em Teresina (PI). A agressão teria sido motivada por uma crítica de Camelo à participação de bandas musicais em comerciais de refrigerantes, logo depois de a Charlie Brown Jr. ter feito um anúncio do gênero. Fato que também expressava certa incoerência com o discurso de Chorão contra o “sistema”.


Em 2005, desentendimentos ligados a finanças fizeram com que Marcão, Pelado e Champignon abandonassem a banda. Marcão e Champignon voltaram seis anos depois. Mesmo assim, a relação parecia continuar tensa: em setembro de 2012, Chorão humilhou publicamente o baixista em show realizado na cidade Apucarana (SP).

Leia mais no Caderno C desta quinta (7).

 

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