Disco

Cantora Andreia Dias realiza viagem musical pelo Brasil

A paulista esteve no Recife, onde gravou com Zé Cafofinho

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 07/04/2013 às 6:04
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O jeito contundente de escrever sobre amor (algo próximo da fúria punk), as bonitas tatuagens e as performances vigorosas dão pistas do passado roqueiro da cantora Andreia Dias. Mas há tempos que o gosto pela música brasileira alimenta a mente e a alma da paulistana, ex-integrante das bandas DonaZica e Glória (que não é aquela de rock). Ansiosa por experiências diretas, a moça resolveu empreender uma viagem de 50 dias pelo País e trocar informações musicais com colegas emergentes de dez cidades brasileiras. O resultado está registrado em Pelos trópicos.

Produzido pela própria artista e por Arthur Kunz, o CD apresenta 12 composições compostas por Andreia e colegas de João Pessoa, São Luís, Fortaleza, Belém, Maceió, Rio de Janeiro, Natal, Salvador, Aracaju e Recife. “A ideia surgiu já na estrada, de forma natural. Eu saí pra simplesmente viajar e quando vi tava fazendo um disco”, conta.

Essa viagem começou quando Andreia Dias se percebeu limitada musicalmente em São Paulo, cidade gigante, mas que paradoxalmente faz as pessoas se sentirem isoladas diante de sua imensidão e vida corrida.

O resultado musical da viagem é uma agradável e didática amostra de sons e tendências da rica cena contemporânea brasileira, que não para de produzir coisas boas mesmo com o desprezo das rádios.

No Recife, o encontro musical aconteceu com Tiago Andrade, o Zé Cafofinho. O cantor, rabequeiro e compositor – autor de Xirley, canção gravada pela paraense Gaby Amarantos – recebeu um telefonema de Andreia. Logo no início da conversa, eles descobriram que já se conheciam de outros tempos.

“Andamos juntos no começo deste milênio”, brinca Tiago. “Vitoriano, de Fortaleza, me apresentou o som do Zé. Quando entrei em contato com ele descobri que era o Tiago, ex-integrante da banda Songo, uma contemporânea da banda Dona Zica. Eu não tinha reconhecido nos vídeos. Foi muito divertido compor com ele!”, complementa Andreia.

O Songo era o grupo que Zé Cafofinho mantinha em São Paulo naqueles tempos e que era formado por pernambucanos radicados na cidade. 

A faixa em questão é Luva pele, um xote moderno pontuado pela rabeca de Tiago Andrade. A letra é uma ode aos romances intensos. “Mordo a língua/ Sangue ejacula/ Fome só devora/ Traça empapuça/ No leito derramado/ A gente se lambuza/ Vem e me abusa/ Requebra e me abdusa/ Bora dançar deitados completando a lua”, diz um trecho da canção. 

A viagem para Belém foi bancada por uma prima. Na capital paraense, ela iniciou um namoro com o guitarrista local Léo Chermont. O romance foi produtivo. Dele surgiu o tecnobrega superdançante Feliz e mareado.

Em a Vida bela, composta juntamente com a banda Eek, Andreia Dias retorna a suas origens roqueiras com um rock bluseiro que celebra a vida.

Pelos trópicos pode ser baixado gratuitamente pelo site do selo e produtora Scubidu no link: https://scubidu.bandcamp.com/.

Leia a matéria completa no Caderno C deste domingo (7).

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