A busca pelas origens do saxofone brasileiro levou o carioca Leo Gandelman a voltar os olhos para o Nordeste e seus instrumentistas pioneiros que emigraram para o Rio de Janeiro em meados do século 20. Em Ventos do Norte (Saxsamba/Azul Music), que acaba de lançar, Gandelman recria 13 temas instrumentais de oito saxofonistas/compositores. O disco tem a participação do maestro Spok, que tocou e fez os arranjos para as duas últimas faixas, os frevos Cara lisa (Maestro Duda) e Bicho danado (Zumba)..
"Ventos do Norte faz referência não somente ao Nordeste, que por muito tempo foi chamado de Norte pelos sulistas, mas também à influência das big bands norte-americanas, que chegavam aos ouvidos desses músicos nordestinos pelas rádios de ondas curtas dos Estados Unidos", explica Gandelman. Ele conta que, quando alguns destes saxofonistas chegaram ao Rio de Janeiro, o sax era um instrumento muito novo.
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"Por conta disso, eles trouxeram elementos interessantes que fizeram com que o instrumento ganhasse uma identidade própria no Brasil", diz. "E todos esses saxofonistas são também compositores que têm uma personalidade marcante." Gandelman começou a investigar as matrizes do sax brasileiro em 2006, quando lançou o disco Radamés e o sax, no qual se debruçou sobre as obras de Radamés Gnattali que privilegiam o instrumento. "Pretendo fazer uma tetralogia sobre o desenvolvimento da linguagem do sax no Brasil. Tenho a parceria do (violonista e arranjador) Henrique Cazes nesse projeto", diz.
Leia a íntegra da matéria na edição impressa do Caderno C deste domingo (25).