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Músicos como Tom Zé multiplicaram vozes das manifestações populares em canções

Além de escritores, protestos nacionais iniciados em junho mexerem com a produção artística de músicos como Tom Zé, Latino e Detonautas

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 01/09/2013 às 7:12
Foto: Divulgaçao
Além de escritores, protestos nacionais iniciados em junho mexerem com a produção artística de músicos como Tom Zé, Latino e Detonautas - FOTO: Foto: Divulgaçao
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As múltiplas vozes e reivindicações que tomaram ruas e avenidas de todo o Brasil desde junho entraram sem pedir licença nos pensamentos e na produção não apenas de escritores, mas também de músicos. Cerca de 15 dias após ao início dos protestos em São Paulo – antes que os outros tantos cantos do Brasil fossem também tomados pelas manifestações –, Tom Zé lançou através de seu site a música Povo novo. Parceria entre o baiano e Marcelo Segreto (da banda paulista Filarmônica de Pasárgada), a canção é a primeira da série de três criadas por Tom Zé em apoio ao movimento de protestos. Nela, os músicos declamam que “o povo quer muito mais/ do que desfile pela paz”. 



E na mesma proporção que as passeatas reuniram tanto manifestantes conscientes de suas reivindicações e da importância do movimento quanto cidadãos que não pensavam que era, sim, por 20 centavos (e não sabiam nem o preço da passagem de ônibus), músicos interpretaram as revoltas sociais como se preparam para ir a uma festa. “Amarra, amarra, amarra que é tudo nosso”, canta Latino em O gigante.



Da mesma maneira que tudo para Latino é comemoração, o vocalista do Detonautas Roque Clube, Tico Santa Cruz, avalia que a faixa representa bem essa parcela da população que não sabia o que estava fazendo. “Mas isso pode até ser positivo porque mostra bem um grupo da sociedade que nunca se interessou em discutir política e passou a observar as movimentações”, diz. Detonautas também se pronunciou durante o período de auge dos protestos, com a música Quem é você?. Nela, Tico discursa sobre a vida do brasileiro padrão, que pena para conseguir pagar as contas enquanto políticos não têm dificuldade alguma para conseguir o que querem.

O resultado de todas essas músicas pode nem sempre ser tão positivos do ponto de vista de composição e arranjos musicais, mas deixam claro o caminho de que a voz das ruas pode ser novamente em alto e bom tom multiplicada pelo canto dos artistas.


Leia matéria completa no Caderno C deste domingo (1), no Jornal do Commercio

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