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Mascate, o novo bistrô de Santo Amaro

Chefs Bruno Cavalcanti, 33 anos, e Rogério Maranhão, 52 anos, se aventuram no primeiro grande desafio profissional

Marcelo Pereira
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Publicado em 21/02/2014 às 1:00
Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Chefs Bruno Cavalcanti, 33 anos, e Rogério Maranhão, 52 anos, se aventuram no primeiro grande desafio profissional - FOTO: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Soft opening. O aviso está na porta do Mascate, restaurante aberto há 25 dias numa recém-restaurada casa de porta e janela vermelho pitanga na Rua do Lima, em Santo Amaro. É mais uma precaução dos chefs Bruno Cavalcanti, 33 anos, e Rogério Maranhão, 52 anos, que se aventuram no primeiro grande desafio profissional. Uma cautela que pode ser identificada mais como zelo em não decepcionar o cliente, pois tudo que procuram fazer é com bom gosto e um serviço atencioso.

O Mascate atende a crescente demanda por uma boa comida a preços acessíveis na região Central do Recife. Os chefs propõem uma gastronomia contemporânea, com uma mescla de várias influências, mas sem exotismo ou técnicas cinematográficas.

Formado em direito e funcionário público municipal, Bruno conheceu o engenheiro químico Rogério quando faziam curso de gastronomia na Faculdade Maurício de Nassau, concluído em 2010. A ideia de montarem um negócio próprio surgiu por acaso, no ano passado, quando se encontraram por acaso num shopping, indo ao cinema. Depois de um ano de muita procura, por causa dos preços dos aluguéis, Bruno encontrou “por acaso” o imóvel onde resolveu abrir o Mascate.

 O projeto da arquiteta Luciana Cavalcanti, que soube tirar partido da luz natural durante o dia. Os tons do interior da casa são neutros, em contraste com os grafites de Manuel Quitério. Na parede, atualmente, decoram o Mascate a exposição do artista plástico Daniel Araújo. À noite, o ambiente fica aconchegante à meia-luz, ideal para o happy hour, que ocorre de quarta a sexta, das 18h às 23h, tendo ao fundo uma ótima seleção easy listening de música popular brasileira, jazz, música instrumental e standards. Um menu especial está sendo criado.

O cardápio foi desenvolvido a quatro mãos por Bruno e Rogério, que está mais a frente da brigada do almoço. “A ideia desde o início era abrir um bistrô com um preço acessível. Isso dá um limite na criação do prato, pois usamos os melhores ingredientes que encontramos”, explica Bruno.

Logo de cara, os caldinhos de feijão e peixe caíram no gosto dos clientes. Para petiscar, tem ainda pastel sertanejo de linguiça e chutney de manga, a fritada de aratu e a linguiça alemã com salada de batata e mostardas. A turma da linha light é contemplada com seis opções de saladas. O destaque é a Piedade, com bacalhau e grão de bico, maçã verde, pimentões coloridos, cebola roxa e batata sauté. A Salada Aurora tem mix de folhas com frango defumado, banana, gergelim, molho de mel, mostarda, iogurte com torrada.

As carnes e aves vêm acompanhadas de mix de folhas. Os filés vêm no ponto correto. Para quem não tem problema com o peso, a dúvida fica entre o medalhão ao vinho com risoto de fondue e o filé ao molho de roquefort com risoto de mix de cogumelos. Para quem gosta de rosbife, bem rosadinho, ele vem marinado com arroz de amêndoas e purê de batatas. Uma das poucas opções de massa é o polpetone de porco com molho de tomate e linguine. A massa longa também está presente no Linguine al Mare, com frutos do mar, que faz parte da ementa de crustáceos e peixes. Para quem é alérgico, tem peixe ao molho de manteiga e amêndoas com arroz branco e farofa de banana. Bem condimentado é o carril de camarão com arroz de coco e quiabo frito. Evocando à península ibérica, de onde vieram os primeiros mascates, o bacalhau que leva o nome do restaurante traz o Gadus Morrua salteado com cebola, pimentões, azeitonas pretas e batatas ao murro.

Para fechar a refeição, a casa oferece um creme brulée de doce de leite Havanna e o bolo de rolo de banana com sorvete de creme e calda de canela, preparados por Mariana Cavalcanti, esposa de Bruno, fazem qualquer um sair do regime.

A carta de vinhos é enxuta e traz os rótulos da distribuidora Zahil, a preços bem competitivos. “Nossa margem é mínima. Queremos que o vinho seja um acompanhamento aos pratos e não um peso extra na conta”, diz Bruno. Como um bom mascate, ele quer deixar o cliente satisfeito, para que ele volte sempre. 

 

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