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Depois de perder o filho, Erasmo não deixa o show parar

O show de Erasmo, que já havia ido ao inferno pela primeira vez em 1995, com o suicídio de Narinha, o amor de sua vida, não parou

Da AE
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Publicado em 23/05/2014 às 9:47
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O show de Erasmo, que já havia ido ao inferno pela primeira vez em 1995, com o suicídio de Narinha, o amor de sua vida, não parou - FOTO: Foto: Reprodução do Facebook
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Foi uma surpresa a confirmação da entrevista com Erasmo Carlos marcada antes que seu filho, Alexandre Pessoal, sofresse um acidente de moto no Rio, dia 7 de maio. “A entrevista está confirmada”, escreveu sua assessoria de imprensa. E no local e hora combinados, Barra da Tijuca, tarde de 12 de maio, casa de Erasmo, ele estava lá, no sofá ao lado da piscina, abatido, mas afiado para falar de seu disco novo e de qualquer assunto para o qual a entrevista escorregasse. Biografias não autorizadas, injustiças de Facebook, alienações da Jovem Guarda.

Alexandre Pessoal não resistiu aos ferimentos do acidente e morreu dois dias depois. O cantor cancelou o show que faria em São Paulo no último sábado e se recolheu. Sobre a perda, falou apenas em seu Twitter. “A grandeza do amor é sempre se tornar inteiro, mesmo perdendo uma grande parte. Adeus meu Gugu querido jamais esquecerei você.”

No início desta semana, veio a confirmação de que Erasmo voltaria para a estrada. Neste sábado, 24, ele sobe ao palco do Vivo Rio para seus primeiros shows de Gigante Gentil, título do disco novo, inspirado pelo apelido que ganhou da cantora Lucinha Turnbull nos anos 70. Há canções inéditas como Sentimentos Complicados (sua primeira parceria com Caetano) e Manhãs de Love (com Arnaldo Antunes).

Durante a conversa, Erasmo adiantou que sua vida vai virar um filme. Baseado em seu livro de memórias Minha Fama de Mau, de 2009, terá direção de Lui Faria e, provavelmente, o ator Mateus Solano no papel principal, o de Erasmo Carlos. “Ele está lendo o roteiro.”

Ainda quando tinha esperanças de ter Alexandre de volta, recuperado do acidente, Erasmo respondeu assim à pergunta sobre o que o movia para que conseguisse tocar a vida. Sua resposta pode explicar o fato de ter recolocado o trem nos trilhos dez dias depois de perder Alexandre: “O show não pode parar, bicho. Eu e meus filhos trabalhamos com música e temos um pacto: o que acontece com um não deve impedir os outros de seguir em frente. Entendo que outras pessoas parem suas vidas para chorar, mas isso não resolve. Você pode mandar pensamentos positivos a todo instante, de qualquer lugar”. O show de Erasmo, que já havia ido ao inferno pela primeira vez em 1995, com o suicídio de Narinha, o amor de sua vida, não parou. 

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