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Coquetel Molotov: Karina Buhr interpreta disco icônico dos Secos & Molhados

No festival, a cantora apresenta sua releitura para o icônico álbum de 1973

Karolina Pacheco
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Karolina Pacheco
Publicado em 11/10/2014 às 6:39
Foto: Diego Ciarlariello/Divulgação
No festival, a cantora apresenta sua releitura para o icônico álbum de 1973 - FOTO: Foto: Diego Ciarlariello/Divulgação
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Esta história começa muito antes de Ramiro Zwetsch, editor do site Radiola Urbana, convidar Karina Buhr para participar do projeto 73 Rotações – cujo principal mote é colocar artistas brasileiros contemporâneos para interpretar discos clássicos lançados em 1973. Neste sábado (11), no Festival No Ar Coquetel Molotov, que ocorre pela primeira vez na Coudelaria Souza Leão, a artista meio baiana, meio pernambucana apresenta um show especial com o repertório do primeiro e icônico álbum da banda Secos & Molhados. Entretanto, esta saga musical começou com a mãe da artista, a alemã Ingrid Buhr, consumidora compulsiva da música brasileira desde os tempos em que a cantora ainda era uma menina.

“É um disco que sempre gostei muito. Eu lembro de mim, ainda pequena, escutando este disco lá em casa. Minha mãe sempre foi uma alucinada de Ney (Matogrosso). Todo Natal, a gente se lasca, quando não tem disco novo dele (risos)”, relembra.

O afago na memória afetiva talvez tenha sido um dos principais motivos na hora de Karina acenar positivamente para a proposta. “Logo que rolou isso, fiquei pensando: ‘será que eu faço mesmo?’. Não basta só achar o disco lindo. Então, quando fui ouvir de um outro jeito, percebi que podia rolar um monte de coisa massa. Essa coisa de ouvir o disco de criança até agora, só fez aumentar a minha admiração. O tempo passa e aquilo vai ressignificando.”

A ruiva conta que “pirou nos arranjos” e correu para contar aos instrumentistas de sua banda, que, para felicidade geral, também são íntimos do LP interpretado originalmente por Ney Matogrosso (voz), João Ricardo (violão de 12 cordas e harmônica de boca), Gerson Conrad (violão) e Marcelo Frias (bateria e percussão). “Desde o começo, pensei em deixar o mais livre possível. Nos ensaios, achei o meu jeito de cantar, e foi lá onde tudo começou a acontecer. Não parei para estudar a voz. Canto do meu jeito, mas acabo achando outro jeito de cantar. Uma coisa, é você cantar em cima do disco. Outra coisa é subir no palco, sem o disco de fundo, e cantar. A ideia não era imitar, jamais. A ideia era ver no palco o que seria, foi uma coisa de buscar a interpretação.”

 

O baixista Mau Pregnolatto, o guitarrista Fernando Catatau, o trompetista Guizado, o tecladista Xuxa Levy, o violonista Regis Damasceno e o baterista Clayton Martin – que também empresta sua voz ao coro – são os músicos que assumem a empreitada digna de respeito e responsabilidade junto a Karina. Eles interpretam o disco na íntegra, mas randomicamente. “Não é na ordem do disco. Fomos escolhendo de acordo com o clima de cada música. Eu acho ele todo incrível, todo absurdo”, se empolga.

“Pensem nas mulheres, rotas alteradas.” É a Rosa de Hiroshima, originada do poema de Vinícius de Moraes e musicada por Gerson Conrad, a canção que mais toca na alma de Karina Buhr. “Acho que acontece com toda música que você escuta desde pequeno. De repente, se torna outra coisa. Rosa de Hiroshima fala de todas as guerras que a gente vê até hoje e podia perfeitamente ter sido composta em 2014. Para mim, é um mistério muito grande ver qualquer imagens deles ao vivo. É uma coisa muito misteriosa e acabou que Ney levou isso para sempre, ele tem isso até hoje”, conta ela, acrescentando que está ansiosa para que o veterano possa assistir a algum show. “Foi engraçado porque Ney ficou curioso, perguntando coisas sobre o que estávamos fazendo no som. Falei pra ele não me avisar antes de ir ver o show, só aparecer pra mim depois de ter visto, para não me alterar (risos).”

“Ai, Jesus!”, disse Karina na primeira vez que fez o show, antes de subir ao palco. “Então, fui embora, sem preocupação nenhuma. Desde o começo, foi como uma homenagem a um disco precioso. Parece que é uma coisa só. É contar a história de um disco que manda um recado. E aí, ‘cabou’. É muito rápido e muito profundo.”

Veja a programação completa do Festival:

SÁBADO — 11/10

Feira Cultural
Som na Rural e Convidados
Performances artísticas

RBMA STAGE

15h00 — Guilherme de Paula (PE)

16h30 – Selvagem (SP)

18h00 – Jonas Rocha (RJ)

19h30 – Dago Donato (SP)

21h30 — Seixlack – Live (SP)

22h30 — Falty DL (EUA)

00h00 — Bok Bok (UK)

 

PALCO PRINCIPAL

17h30 — Jaloo (PA)

18h30 — La Femme (França)

19h30 — Inky + grassmass (SP / PE)

20h30 — Phil Veras (MA)

22h00 — Russian Red (Espanha)

23h00 — Flora Matos (DF)

00h00 – Karina Buhr canta Secos e Molhados

01h00 — Aldo the Band (SP)


Ouça abaixo a entrevista com Karina Buhr em podcast da Radiola Urbana:

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