LANÇAMENTO

Banda Eddie lança Morte e vida

Primeiro disco da banda totalmente gravado em Olinda traz 11 faixas e aborda o processo de composição de Trummer

Alef Pontes
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Alef Pontes
Publicado em 04/05/2015 às 5:26
Bruno Guerra/Divulgação
Primeiro disco da banda totalmente gravado em Olinda traz 11 faixas e aborda o processo de composição de Trummer - FOTO: Bruno Guerra/Divulgação
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A banda Eddie lança nesta-segunda-feira (04), em seu site oficial, o sexto disco autoral de sua carreira: Morte e vida. Com a pegada rock, surf, samba e frevo que consolidou a banda no cenário nacional, o disco – o primeiro totalmente gravado em Olinda – levanta questões sobre o processo de composição e posicionamento político ideológico do autor. 

Ao todo, 11 composições formam Morte e vida, sendo dez de autoria de Fábio Trummer (vocal e guitarra) e uma de Kiko e Rob Meira (bateria e baixo), que depois recebeu letra de Fábio e Erasto – a única parceria do álbum. Destas, com exceção de Quebrou, saiu e foi ser só, que apesar de não ter sido gravada já esteve no repertório de shows da Trummer SSA (projeto paralelo com os músicos Dieguito Reis e Luca Bori, da banda Vivendo do Ócio), todas as músicas são inéditas.

O álbum começou a nascer entre março e novembro de 2014, quando o frontman do grupo se trancou me sua casa em São Paulo para se dedicar às composição. O processo continuou em dezembro, quando a banda passou a ensaiar o repertório, para, em janeiro, entrar no estúdio Fruta Pão Records, Olinda. Segundo o vocalista, a disciplina e cuidado resultaram em mais rendimento. “A gente realmente tinha a intenção de desenvolver o Eddie enquanto Eddie, a sua linguagem. E tentar ir além do já conseguimos afirmar”, conta Trummer, que também assina a direção musical do trabalho. 

Sobre o título do álbum e sua possível inspiração na obra Morte e vida Severina de João Cabral de Melo Neto, que é uma relação distante, mas existente: “O nome do disco não é exatamente por conta de João Cabral. Eu pensei nele por conta de dois amigos grafiteiros, Alberto Lizarazo e Mozart Fernandes, que têm um projeto chamado MorteVida.”

“No ano passado, enquanto eu estava escrevendo algumas músicas do álbum, eu me toquei que estava passando por alguns processo de morte e vida, com o falecimento do meu pai e o término de um relacionamento. Além disso teve as eleições e a Copa do Mundo”, explica. “Uma quebra de um paradigma do que é política, e o nosso papel nessa história, e o futebol enquanto símbolo de nossa sociedade, e que ele não é merecedor disso”, afirma Fábio. 

Segundo ele, essas questões, algumas mais superficiais e outras mais profundas, lhe fizeram perceber que o compositor é uma espécie de voyer da sociedade. “Um jardim/um passarinho conversou com a flor/ um saci/ na folha seca que rodopiou/ alimenta o compositor, ensinando o compositor/ perguntando ao compositor/ e respondendo ao compositor”, diz a letra do single Alimenta o compositor, que integra o disco e já foi disponibilizado no Soundcloud da banda na última semana.

“São canções pops, sobre coisas que eu senti no ano passado. Mas o Cabral é um escola minha de poema e poesia. E ele falava das mesma coisas, dos mesmos sentimentos e batalhas da existências, sobre a morte e vida das coisas durante a vida”, emenda.

Entre as participações do álbum estão KSB – que retorna às gravações com a Eddie, após ter participado do Original Olinda Style –, Jam da Silva, João do Cello e os parceiros de longa data Erasto Vasconcelos e Karina Buhr, que junto com Alexandre Urêa grava as repostas agudas de uma das canções. “A ideia era trazer isso e a gente conseguiu um efeito diferente, fazendo uma música que tem isso, mas sem ser exatamente na mesma fórmula”, pontua. 

Tem uma música que remete a um samba de roda baiano, em que a voz feminina é importantíssimas para dar esse ambiente”, explicou Trummer. O músico Zé da Flauta também faria uma participação no álbum, mas adoeceu na época das gravações e acabou ficando de fora. 

No álbum, as já conhecidas referências do trabalho da Eddie, como o frevo, samba, rock e reggae, ganham o reforço de outros estilos. Fruto de uma busca do músico por explorar novos territórios, como uma mistura do frevo canção com o bolero: “A gente tem uma cultura muito rica e somos admiradores de uma cultura universal. Então, é uma brincadeira muito boa, pensar músicas a partir dessas diferenças culturais, e tentar fazer uma música própria.”

Para financiamento da finalização do álbum, que sai em CD e Vinil, o grupo lançou uma campanha de financiamento coletivo através da plataforma Kickante (https://migre.me/pGUWR). O projeto fica ao ar até o dia 16 de maio, e por lá, além de colaborar com o financiamento do álbum, os fãs podem adquirir os discos em pré-venda exclusiva.

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