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Dado Villa-Lobos em dupla apresentação no Recife

Ex-guitarrista de Legião Urbana passa pelo palco do Manhattan Café Theatro neste fim de semana

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 17/07/2015 às 12:15
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Ex-guitarrista de Legião Urbana passa pelo palco do Manhattan Café Theatro neste fim de semana - FOTO: divulgação
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Tal qual a música Quase Sem Querer, da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da banda, mostra com seu talento que não precisa provar nada a ninguém. O músico traz para o Recife o show do álbum O Passo do Colapso, segundo CD da sua carreira solo, lançado em formato digital, em 2012. Em 2005, Dado lançou Jardim de Cactus.

Apesar do hiato entre os dois discos, ele não parou de produzir. “É que minha vida não fica só em função de discos. Entre os dois lançamentos, produzi algumas trilhas sonoras, discos e participei de outros projetos como músico. Foi o tempo de pensar no que falar e o que cantar”, justifica-se, em entrevista por e-mail.

Além das músicas do disco, Dado irá apresentar, também, canções da Legião – para satisfação dos admiradores da banda. Vai repetir a fórmula que foi sucesso, em 2011, quando fez um show no Teatro da UFPE, acompanhado por Toni Platão nos vocais. 

O novo álbum de Dado tem um pouco do DNA pernambucano. A faixa de abertura - Colapso - é uma parceria do ex-Legião com China e Jr. Black. Os arranjos iniciais de Colapso lembram as músicas da Legião Urbana. Característica também presente em Brilho de Gente que Faz Brilhar e O Homem que Calculava (embora esta não tenha assinatura de Dado). 

Aliás, no disco, Dado parece querer se desprender da imagem da banda de rock nacional que mais vendeu discos. Das 12 faixas, apenas seis levam a sua assinatura. Ele buscou parceiros conhecidos dos anos 1980, como Fausto Fawcett. O ritmo narrativo de Kátia Flávia, tão característico de Fawcett, porém com tom de baladinha romântica, é reconhecido em Beleza Americana. O autor da Godiva do Irajá também assina Overdose Coração. Outro parceiro de Fawcett, Laufer, também tem músicas no disco. 

Mais uma parceria de destaque é Quando a Casa Cai – balada ótima para tocar nas rodas de voz e violão – com vocais de Mallu Magalhães. O Parto, poesia de Eduardo Galeano (1940-2015) é narrada pelo próprio, com suave fundo musical.

Embora cante quase todas as músicas no CD, Dado já havia afirmado que não gostava de ouvir a sua voz. Mas parece que o trauma foi superado. “Hoje, já estou acostumado. Da última vez que estivemos aí, tínhamos Toni Platão como convidado. Agora, vou com tudo pra cima!”, promete.

LIVRO

Dado Villa-Lobos chega ao Recife na mesma semana em que é colocado nas prateleiras o livro Só Por Hoje e Para Sempre, que reúne textos de Renato Russo escritos durante um período de rehabilitação, em 1993. Em maio, o próprio Dado já havia lançado o seu Memórias de um Legionário, onde conta bastidores da Legião Urbana.

Mesmo que não seja sua intenção, Memórias reacende a briga judicial da família de Renato Russo com Dado e Marcelo Bonfá pelo uso da marca da banda. Segundo Dado, a publicação sairia mesmo sem a autorização dos Manfrendini. “O livro não tem relação alguma com essa questão da marca”, explica o guitarrista.

Dado busca esclarecer detalhes da convivência da banda, como a polêmica saída de Renato Rocha, o Negrete, os chiliques de Renato Russo nos shows e bastidores e a relação dos membros da Legião pós-Brasília. “Chegando no Rio, em 1985, fomos morar cada um em um canto da cidade e nos encontrávamos mais no estúdio e nas viagens, diferentemente do que era em Brasília, onde ensaiávamos, íamos ao cinema, acampamentos e festas juntos”, relata.

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