rock nacional

Dado Villa-Lobos cantou os sucessos que todos queriam ouvir

No Manhattan, o ex-Legião Urbana fez show intimista e interagindo com a plateia

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 19/07/2015 às 4:01
Foto: Mariana Araújo/Especial para o JC
No Manhattan, o ex-Legião Urbana fez show intimista e interagindo com a plateia - FOTO: Foto: Mariana Araújo/Especial para o JC
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Acostumado a tocar para dezenas de milhares de pessoas, na década de 1980 e início dos anos 1990, tempos áureos da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista de uma das maiores bandas de rock do Brasil, apresentou-se no Recife, na noite deste sábado (18), para um público de 152 pessoas, no Manhattan Café e Theatro, em Boa Viagem. Mas nem por isso se sentiu incomodado.

Quem foi até a casa de shows queria reviver os sucesso da Legião. E Dado atendeu. Apesar de vir ao Recife para promover o disco O Passo do Colpaso, Dado tocou apenas três faixas da obra - Colapso, Filho e O Homem que Calculava. Logo nas primeiras músicas, deu o tom de como a noite seria. Abriu com Tempo Perdido, Teorema e Baader-Meinhof Blues.  

E a ligação com a Legião de maneira nenhuma o intimida. "São coisas indissociáveis. É intrínseco. As pessoas pedem muito as músicas", disse ele pouco antes do show, ao receber a reportagem no camarim. 

O show, que durou 1h40, seguiu com Há Tempos, Ainda é Cedo (que ganhou incidentais do Joy Division e Rolling Stones, além de novos solos), Eu Sei e Quando o Sol Bater na Janela do seu Quarto. Também rolou Tudo que Vai, famosa com Capital Inicial. 

A apresentação estava tão intimista, devido ao público pequeno, que foi fácil chegar ao ídolo. Dado citou aniversariantes e prestou homenagem a um fã com leucemia. Aliás, a proximidade era tão grande que a coisa mais fácil do mundo era tirar um selfie na mesma altura do palco. Em tempos de redes sociais, falta limite também ao público para respeitar o espaço do artista. Por muitas vezes, ele recebia pedido para posar.

Lá pelo fim do show, Dado contou sua aventura pelo Recife. No sábado (18) pela manhã, alugou bicicletas com membros da banda e partiu do hotel em Boa Viagem pela cidade afora. Passou pelo Marco Zero e foi até Olinda. Na volta, o grupo se perdeu e foi parar na feira que se monta ao redor do Mercado de São José. "Percebi o que são pontes, rios e overdrives", disse assim mesmo, fora da ordem, lembrando a música da Nação Zumbi. Almoçou lagosta em Brasília Teimosa.

A aventura rendeu uma nova ideia. Dado disse que quer fazer um programa de TV mostrando o cotidiano das pessoas que moram nas cidades onde faz show. "Foi fabuloso, conhecemos as duas cidades e o seu povo", afirmou. Citou até que nos infames carrinhos de CDs piratas tocava um uníssono "Senta, Senta...", um funk-pornográfico qualquer. 

Voltando ao set list, teve ainda O Teatro dos Vampiros, A Dança, Quase sem Querer, Índios, Geração Coca-Cola (na versão "acústica", apenas na guitarra lentinha e voz), Por Enquanto, Eduardo e Mônica (que ele errou a letra, repetindo uma estrofe) e encerrando com Que País é Esse. 

Nesta última, mandou o seu recado: "Nós vamos virar essa coisa. Esse abismo que nunca chega", referindo-se à situação política do Brasil.

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