Quando resolveu apresentar um projeto de circulação musical onde se apresentaria Brasil afora acompanhado de uma orquestra, o cantor Pedro Mariano sabia que encontraria algumas dificuldades, sobretudo logísticas. Na companhia do maestro Otávio de Moraes, todo um esquema foi montado para a realização do show, antigo sonho do intérprete. Depois da estreia (ocorrida no Recife, no final do ano passado), eles voltam a se reunir, agora, para a apresentação no Teatro RioMar, às 21h30 deste sábado (22).
Os únicos músicos a viajarem com Pedro seriam os do quarteto: Marcelo Elias, no piano; Conrado Góes, violão e guitarra; Thiago Big Rabelo, na bateria; Luiz Gustavo Garcia, no baixo. Para completar, um arregimentador de orquestra, escolhido em cada cidade, ficaria responsável por transmitir as partituras aos músicos locais. Na capital pernambucana, Enock Chagas ficou encarregado de determinar os 16 integrantes recifenses – além da Spok Frevo Orquestra, há músicos da Orquestra Sinfônica do Recife e do Conservatório Pernambucano de Música na empreitada sonora. “O que, no primeiro tempo, se mostrou como um obstáculo, acabou sendo o grande diferencial do projeto. Porque o fato de nos relacionarmos com outros músicos de várias regiões nos traz uma série de realizações. Vamos pela segunda vez ao Recife, encontrar a turma de Spok de novo. Sou muito fã do Spok e achei o máximo contar com uma parte da turma de metais dentro do projeto”, se orgulha.
Pedro explica, em entrevista por telefone ao JC, que, como se tratam de partituras bem delimitadas, os ensaios são, de certa forma, dispensáveis. Mas, ao que a princípio poderia parecer impessoal e sem expressão artística renovável, o surpreende: “Percebo o sotaque de cada um dos músicos. As suas impressões em cada execução. Em cada cidade, o arranjo é tocado de forma igual, mas de maneira diferente. Em todo lugar, os músicos se dedicaram para apresentar o seu melhor trabalho. Tudo isso me deu muito orgulho”.
“Havia músicas que eu achava que seria interessante tê-las num show, ou outras minhas que careciam de uma leitura orquestral. Eu, como intérprete, me deparo com canções ao longo da minha vida toda, que eu nunca vou gravar. Então, selecionei essas canções e ganhei outras duas canções inéditas (Um Pouco Mais Perto, de Ana Carolina; e Sem Você Sou Não, de Jair de Oliveira) para esse projeto”, acrescenta o cantor, filho de músicos: a cantora Elis Regina e o pianista e arranjador César Camargo Mariano.
