A pós um período de incuba- ção e de muitas andanças pela América Latina, Zé Cafofinho, persona artística do músico Tiago Andrade, retorna para apresentar ao público, hoje, o seu novo trabalho: Casulo. Com uma pegada latina contagiante, o disco é lançado em show no Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h.
Gravado no estúdio Das Caverna no ano passado, com produção do Sungatrio – China, Homero Basílio e Chiquinho Moreira –, Casulo sai pelo selo Joinha Records e traz, em suas dez faixas, uma pegada bem latina, resultado das passagens do músico pelo países vizinhos, principalmente no Peru. “Andamos muito pela América Latina de ônibus e como em todo ônibus tinha um rádio tocando cumbia, isso influenciou a criação das músicas para virar um disco panamericano de cumbia-rock”, explica Cafofinho.
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No álbum, Cafofinho conta com o reforço luxuoso dos músicos Areia, no contrabaixo (que é substituído hoje por Cláudio Negrão), e o produtor Homero Basílio, nas percussões e bateria. Um detalhe curioso aqui é que, conhecido por se apresentar com uma viola de arco sobre o ombro, Cafofinho investe agora no uso da guitarra. Mas uma guitarra ao seu pró- prio estilo: “Peguei uma guitarra, tirei as cordas mais graves e a mais aguda e afinei igual a um violino e bandolim”, revela.
O experimento garante um timbre mais gritante na pegada punk que insere em algumas das latinidades do álbum. Esta impressão, presente em músicas como Onde Seu Amor se Encontra, O Segredo da Cobra e Luva Pele, evidencia uma busca do músico de atualizar sua assinatura musical, explorando outras sonoridades.
Autor dos versos de Xirley – canção que estourou nacionalmente na voz de Gaby Amarantos – Tiago, ou melhor, Cafofinho vinha desenvolvendo, em seus 15 anos de carreira, um trabalho influenciado por ritmos como o samba, ska, rock, brega e ritmos de salão. “Uma coisa que me incomoda e me instiga ao mesmo tempo é o fato de ter uma assinatura no meu trabalho e não me copiar”, reflete o criador de bandas como Songo e Variant, que já tem vários trabalhos com a banda As Correntes e a Orquestra do Sucesso.
Mas não se engane, Casulo está mais para um grande baile dançante no Clube da Bela Vista do que para um roda de pogo no Alto José do Pinho. É para ouvir dançando, agarradinho no salão. Um baile malicioso, que pode ser agitado e cheio de suingue acompanhado pelas cumbias-rock Vem Meu Bem, Dim Dim Dim e Fit Fight; ou mais introspectivo e passional, como sugerem Rumba e La Paloma. “Deixa o vento secar as casas/ como pétalas em dia de sol/ vai mexendo as asas/ se quiser voar/ o casulo está rasgando/ e fora brilha”, anuncia na faixa título, a segunda do álbum, como um prenúncio de sua nova fase musical. “Depois de muito adormecido/ depois de um coma profundo/ acordado ao amanhecer/ tudo igual/ a se transformar”, continua na estrofe seguinte.
Com o single Vem Meu Bem já lançado na plataforma Deezer e videoclipes para duas músicas (o single e Luva Pele), o álbum é lançado nos formatos de CD, vinil e streaming virtual através do site do artista (www. zecafofinho.com.br). Além da audi- ção online, o disco pode ser adquirido na loja Passa Disco ou encomendado na loja virtual do selo, a Joinha Store.
Depois da apresentação de lançamento, hoje, Cafofinho já tem presença garantida em uma das prévias da 12ª edição festival No Ar Coquetel Molotov. O show acontece no dia 10 de outubro, em Fernando de Noronha. A primeira edição do festival no arquipélago conta ainda com show dos pernambucanos da The Raulis e o DJ Vinícius Lezo. k Show de lançamento de Casulo, de Zé Cafofinho – hoje, às 21h, no Teatro Hermilo Borba Filho. Com Walter Areia e Homero Basílio. R$ 20 e R$ 10 (meia). Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife.
